MARLEY MENDONÇA ALVES

sábado, 14 de março de 2015

PALESTRA Prof. Dr.MARLEY MENDONÇA ALVES SOBRE SAUDE PUBLICA VISTO, LIDO E OUVIDO

RESUMO
As ações fundamentais de Saúde Pública são apresentadas neste trabalho  em um  quadro de algumas situações do saneamento básico no Brasil e os impactos que a deficiência sanitária causa na saúde pública. Não se buscou aqui, todavia, a universalidade das ações. São apresentadas também algumas medidas específicas para mitigar esses impactos, medidas essas que são na verdade técnicas do saneamento para eliminar ou impossibilitar o aparecimento de fontes deletérias à saúde pública.

SUMÁRIO
INTRODUÇÃO.............................................................................................................. 1
1 – SANEAMENTO E SAÚDE PÚBLICA................................................................. 2
1.1 Relação entre Saneamento e Saúde Pública........................................................ 2
1.1.1 Saúde Pública................................................................................................... 2
1.1.2 Saneamento...................................................................................................... 3
1.2 Situação do Saneamento no Brasil....................................................................... 3
1.3 Educação Sanitária............................................................................................... 4
1.4 Sistema de Esgotos Sanitários............................................................................... 5
1.4.1 Situação brasileira em esgotamento sanitário.................................................. 6
1.4.2 Estação de Tratamento de Esgotos (ETE)........................................................ 7
1.5 Drenagem Pluvial.................................................................................................. 8
1.5.1 Drenagem das águas pluviais como sistema de saneamento........................... 8
1.5.2 Dispositivos componentes do sistema de micro-drenagem............................... 9
1.5.2.1 Sarjetas e vias públicas.............................................................................. 9
1.5.2.2 Bocas de lobo.......................................................................................... 10
1.5.2.3 Tubos de ligação ou ramais..................................................................... 11
1.5.2.4 Poços de visita......................................................................................... 11
1.5.2.5 Caixas de passagem................................................................................. 11
1.5.2.6 Canalizações............................................................................................ 12
1.6 Resíduos Sólidos.................................................................................................. 12
1.7 Componentes dos Serviços de Limpeza Pública............................................... 13
1.7.1 Tratamento e disposição final do lixo............................................................. 14
1. 7.2 Aterros sanitário............................................................................................ 14
1.7.3 Compostagem................................................................................................. 16
2 – AÇÕES FUNDAMENTAIS EM SAÚDE PúBLICA........................................ 18
2.1 Ações Fundamentais de Higiene......................................................................... 18
2.1.1 Doenças causadas por vírus........................................................................... 19
2.1.2 Doenças causadas por bactérias.................................................................... 22
2.1.3 Doenças causadas por protozoários.............................................................. 24
2.1.4 Doenças causadas por fungos........................................................................ 25
2.2 Ações Fundamentais em Saúde Pública de Saneamento................................. 26
2.2.1 Saneamento e meio ambiente......................................................................... 26
2.2.2 Atividades básicas de saneamento do meio ambiente.................................... 29
2.3 A Água na Natureza........................................................................................... 29
2.3.1 Principais usos da água................................................................................. 31
2.3.2 Importância sanitária e econômica do abastecimento de água...................... 31
2.3.3 Ciclo hidrológico............................................................................................ 32
2.3.3.1 Mananciais para abastecimento de água.................................................. 32
2.3.3.2 Manancial subterrâneo............................................................................. 32
2.3.3.3 Lençol freático........................................................................................ 33
2.3.3.4 Lençol confinado.................................................................................... 33
2.3.3.5 Manancial superficial............................................................................... 34
2.3.4 Sistemas de abastecimento de água................................................................ 34
2.3.5 Fluoretação.................................................................................................... 36
2.4 Ações Fundamentais Materno Infantil.............................................................. 36
2.4.1 A mortalidade infantil..................................................................................... 36
2.4.2 Coeficiente de mortalidade infantil como um indicador de saúde.................. 37
2.4.3 Fatores influenciadores relativos à mãe, à criança e ao meio ambiente........ 38
2.4.3.1 Histórico e doenças maternas.................................................................. 38
2.4.4 Fatores influenciadores relativos à situação política, econômica e social..... 40
2.4.5 Análise da mortalidade infantil em diferentes regiões  brasileiras................. 43
2.5 Ações Fundamentais Voltadas para os Adolescentes....................................... 46
2.5.1 O que é a adolescência................................................................................... 48
2.5.2 Obesidade na adolescência............................................................................ 51
2.5.3 Mortalidade na adolescência.......................................................................... 54
2.5.4 Drogas na adolescência................................................................................. 54
2.5.5  Anabolizantes e esteróis................................................................................. 55
2.5.6 Avaliação do serviço de saúde de adolescentes.............................................. 56
2.6 Ações Fundamentais de Assistência Nutricional em Ambulatórios ou Centros de Saúde        57
2.6.1 Baixa estatura................................................................................................. 57
2.6.2 Anorexia e bulimia......................................................................................... 58
2.7 Ações Fundamentais Voltados  para o Diabetes............................................... 60
CONCLUSÃO............................................................................................................... 62
REFERêNCIAS BIBLIOGRáFICAS...................................................................... 63



É notória a carência, no Brasil, de ações na área de saneamento e meio ambiente. Constata-se que muitas das organizações políticas brasileiras encontram-se incapacitadas de ações articuladas e de possíveis encaminhamentos destas nas áreas de saneamento e proteção ao meio ambiente.
Tal situação vem sendo agravada pelas recorrentes dificuldades econômico-financeiras existentes no País. Aliadas a tais limitações acrescentem-se as poucas publicações especializadas dirigidas a esse público, tratando o tema com uma linguagem acessível e de forma integrada, reunindo informações que auxiliem os técnicos no planejamento, no equacionamento e na execução de ações preventivas e corretivas nesse campo.
Este trabalho apresenta algumas ações fundamentais de saúde pública, com suas carências decorrentes da falta ou da insuficiência do saneamento básico no Brasil. São apresentados também dados atuais da situação sanitária no Brasil, assim como as formas de melhoria do sistema e suas conseqüências.


Segundo a Organização Mundial de Saúde (1997), a saúde é definida como o completo bem-estar físico, mental e social, e não apenas a ausência de doenças. Ao analisar este conceito amplo de saúde, pode-se concluir, apenas observando alguns dados, que o Brasil é um país em grave estado de saúde.
A taxa de mortalidade infantil no ano de 1992 era de 58, em cada 1.000 habitantes (em Cuba, por exemplo, no mesmo ano, a taxa de mortalidade infantil era de 14, em cada 1.000 habitantes, e na Argentina era de 29, em cada 1.000 habitantes). Desse número, 30% das mortes de crianças com menos de um ano de idade, são causadas por diarréia;  existem no Brasil, 5,5 milhões de casos de esquistossomose; a epidemia de cólera atinge mais de 700 cidades e mais de 100.000 pessoas.
O investimento em saúde no Brasil tem sido da ordem de US$ 60,00 por habitante por ano, sendo que o mínimo recomendado pela OMS é de US$ 500,00. Em 1994, o Brasil foi considerado o país com maior concentração de renda no mundo, sendo que os 20% mais ricos detêm 32 vezes mais renda que os 20% mais pobres, o que se reflete no comprometimento do acesso da população menos favorecida aos serviços de saúde e de saneamento.
Esses dados revelam a precariedade dos serviços de saneamento no Brasil, o que certamente explica o agravamento de algumas enfermidades já controladas, o ressurgimento de outras já erradicadas e o descompasso entre o desenvolvimento econômico e o quadro da saúde pública. Embora aceita como necessária e conveniente, não tem havido integração entre os planos e os programas de saúde e de saneamento no País. Os programas de saúde têm se limitado a uma ação de caráter mais corretivo, sem se articular com uma estratégia mais global, onde a prevenção seja priorizada.
Pode-se afirmar que se as condições de saneamento no Brasil fossem mais adequadas, haveria uma substancial melhoria no quadro de saúde da população. Além disso, o País economizaria com a construção e manutenção de hospitais e com a compra de medicamentos.
A Organização Mundial de Saúde (1997) define saneamento como o controle de todos os fatores do meio físico do homem, que exercem ou podem exercer efeito deletério (prejudicial) sobre o bem-estar físico, mental e social. Portanto, é evidente que pela sua própria definição o saneamento é indissociável do conceito de saúde.
Diversas doenças infecciosas e parasitárias têm no meio ambiente uma fase de seu ciclo de transmissão como, por exemplo, uma doença de veiculação hídrica, com transmissão feco-oral. A implantação de um sistema de saneamento, nesse caso, significaria interferir no meio ambiente, de maneira a interromper o ciclo de transmissão da doença.
Segundo o IBGE (2002), a situação do saneamento no Brasil é a seguinte:
·        produção diária de 125.281 toneladas de lixo;
·        68,5% dos resíduos gerados nas grandes cidades brasileiras são jogados nos lixões e alagados;
·        existência de pelo menos 24.340 catadores de lixo nos lixões;
·        dos catadores registrados pela pesquisa, 22% têm menos de 14 anos;
·        pelo menos 7.264 pessoas residem nos lixões espalhados pelo continente brasileiro;
·        apenas 451 municípios têm coleta seletiva de lixo;
·        dos 3.466 que coletam lixo hospitalar, 1.193 não fazem nenhum tipo de tratamento, como incineração.
·        o brasileiro recebe em média 260 litros de água por dia;
·        o volume de água distribuída sem tratamento aumentou de 3,9% para 7,2% de 1989 para 2000;
·        38% da água distribuída na região norte não recebem nenhum tratamento
O controle da transmissão das doenças,  bem como a utilização e manutenção adequadas do saneamento, cuidados médicos, apropriadas instalações sanitárias,  melhoria da higiene pessoal, doméstica e dos alimentos são um conjunto que fundamenta a educação sanitária. As doenças são transmitidas quando os serviços de saneamento são inexistentes ou inadequados. A maior parte das doenças transmitidas para o homem é causada por microorganismos, organismos de pequenas dimensões que não podem ser observados a olho nu. Os principais grupos de microrganismos que podem provocar doenças no homem são os vírus (ex.: vírus da hepatite); as bactérias (ex.: vibrião colérico, que é o agente da cólera); os protozoários (ex.: ameba, toxoplasma) e os helmintos. Pode-se particularizar os helmintos, que provocam as verminoses, como microscópios (ex.: filaria, que é o agente da elefantíase) e com maiores dimensões (ex.: tênia, que é a causadora da teníase ou solitária, e a lombriga).
Aos profissionais da área de saneamento interessa conhecer as formas de transmissão e as medidas de prevenção das doenças relacionadas com a água, com as fezes, com o lixo e com as condições de habitação (IBGE, 2002).
Desde a época em que os homens passaram a viver em coletividade, datam os primeiros esforços para o afastamento dos dejetos das moradias, normalmente feitos em recipientes de barro ou de metal, que, posteriormente, eram despejados em áreas baldias, ou em escavações feitas em terrenos, ou em cursos d’água. No Egito, algumas cidades possuíam canais para receber as águas servidas das habitações, encaminhando-as para os rios. Em Roma, primeira cidade a ter realmente um sistema de esgotos, foi inicialmente construída uma galeria de paredes verticais e teto abobadado, com 800 metros de extensão e 5 metros de largura, partindo do Fórum e terminando no rio Tigre. Esta galeria, denominada Cloaca Máxima, foi construída seis séculos antes da era cristã, exclusivamente de blocos de pedra aparelhada, todos medindo um metro de altura por dois metros de comprimento, assentados sem rejunte. Um século depois foram instalados condutos de barro para descarregar na Cloaca Máxima as águas servidas das habitações. Posteriormente, as águas da chuva vieram também a ser lançadas na Cloaca Máxima Na Idade Média, houve altos e baixos na remoção de dejetos humanos e na higiene de um modo geral.
Na Alemanha e na França, por volta de 1500, foi proibido o uso de latrinas sem fossas. Londres, até 1830, tinha as suas latrinas providas de fossas. A partir de então, passou a lançar os dejetos diretamente no rio Tâmisa, através de condutos instalados pela Companhia de Saneamento. Com o decorrer do tempo, o volume de esgotos lançados no rio Tâmisa cresceu bastante, criando uma série de problemas, a começar pela produção de mau cheiro. Em 1876, foi finalmente promulgada uma lei proibindo o lançamento de efluentes de latrinas, sem tratamento prévio, neste rio.
No Brasil, em 1864, houve a implantação do primeiro Sistema de Esgoto Sanitário no Rio de Janeiro (Jornal do Brasil, fev. 1993.) Foram pesquisadas 11.000 entidades ligadas ao setor de saneamento básico, chegando-se às seguintes conclusões:
·         O volume de esgoto tratado é extremamente baixo, com apenas 8% dos municípios brasileiros apresentando unidades de tratamento. Nestes, em geral, as ETE (Estações de Tratamento de Esgoto) atendem apenas a uma pequena parcela da população, apresentando pouca eficiência e problemas operacionais freqüentes.
·         Resultado: 65% das internações hospitalares no Brasil são decorrentes de doenças causadas por falta de esgoto
·         Detalhe: Enquanto na Região Norte somente 2% dos municípios tem tratamento, o Sudeste apresenta um índice de 15%.
·         Apenas 30% da população brasileira são atendidas por redes coletoras.
·         53% dos municípios brasileiros não têm coleta de esgoto.
·         Região Norte: somente 8% têm coleta.
·         Região Sudeste: 91% dos municípios têm coleta.
·         Coleta dos esgotos individual ou coletiva.
·         Afastamento rápido e seguro dos esgotos, seja através de fossas ou de sistemas de redes coletoras.
·         Tratamento e disposição sanitária final dos esgotos tratados.
Como benefícios, podem ser citados os seguintes:
·         melhoria das condições sanitárias;
·         conservação dos recursos naturais;
·         eliminação de focos de poluição/contaminação;
·         eliminação de problemas estéticos desagradáveis;
·         melhoria do potencial produtivo do ser humano;
·         redução das doenças ocasionadas pela água contaminada por dejetos;
·         redução dos recursos aplicados no tratamento de doenças, uma vez que grande parte delas está relacionada com a falta de uma solução adequada de esgotamento sanitário;
·         diminuição dos custos no tratamento de água para abastecimento, que seriam ocasionados pela poluição dos mananciais.
A finalidade das Estações de Tratamento de Esgotos é remover os poluentes dos esgotos e impedir uma deterioração da qualidade dos corpos d’água. A canalização que transporta o esgoto até o seu destino final também é chamado, de acordo com sua origem, de:
·         sanitário (doméstico), incluindo residências, instituições e comércio;
·         industrial, proveniente de diversos tipos de indústrias;
·         águas de chuva;
·         águas de infiltração.
A Rede de Esgoto é composta de elevada quantidade de água (cerca de 99,9%) e uma pequena parcela de sólidos. Esta parcela vai conferir ao esgoto características bastante acentuadas, que sofre constante alteração, com o tempo.
Os processos de tratamento de esgoto  são  eficientes na remoção de sólidos em suspensão e de matéria orgânica, mas geralmente são insuficientes para a remoção de microorganismos causadores de doenças. Apesar da grande importância deste item, no Brasil, ele não tem recebido a atenção devida, seja pelas dificuldades financeiras, seja pela adoção de métodos simplificados e eficientes.
O processo de urbanização impermeabiliza o solo, dificultando a infiltração das águas pluviais e acelerando o seu escoamento superficial mais volumoso. Nessas situações, faz-se necessário o controle do escoamento das águas de chuvas, para se evitar os seus efeitos adversos que podem representar sérios prejuízos à saúde, à segurança e ao bem-estar da sociedade. Via de regra, esses efeitos se manifestam de quatro formas:
·         empoçamentos;
·         inundações;
·         erosões;
·         assoreamentos.
Os sistemas de drenagem pluvial urbana ocupam, portanto, um lugar de destaque entre as obras hidráulicas e sanitárias e são um item fundamental no planejamento das cidades e no saneamento das mesmas.
Com a construção dos sistemas de drenagem, procura-se atingir os seguintes objetivos:
·         assegurar o trânsito de pedestres e veículos;
·         controlar as erosões;
·         proteger as propriedades particulares localizadas em áreas sujeitas a erosões e/ou inundações e, conseqüentemente, os cidadãos contra os riscos provocados por elas;
·         proteger os logradouros e as vias públicas;
·         proteger e preservar obras, edificações e instalações de utilidade pública, localizadas em vias públicas e sujeitas à destruição pelas águas de chuva não controladas;
·         proteger e preservar os fundos de vale e cursos d’água;
·         eliminar a proliferação de doenças e de áreas insalubres.
As chuvas, ao caírem na área urbana, escoam inicialmente pelos telhados, pelas calçadas e pelos terrenos, até chegarem às ruas. Nestas, concentram-se nos seus bordos, onde fluirão pelas "sarjetas", até alcançarem as "bocas-de-lobo".
A partir destas estruturas de captação, as águas escoam abaixo do nível da rua, através dos "tubos de ligação", sendo então encaminhadas aos "poços de visita" ou às "caixas de passagem" nas "galerias de águas pluviais".
Em decorrência de razões econômicas, não se justifica a utilização de canalizações, conduzindo a totalidade das águas de chuva. Parte dessas vazões é conduzida superficialmente através das sarjetas, as quais são calculadas em função das características locais, tais como a declividade da rua e o tipo de pavimentação.
Dessa forma, as sarjetas funcionam como um canal a céu aberto, de seção triangular, sendo a sua capacidade variável, levando-se em consideração os seguintes aspectos:
·         proteção dos pavimentos dos logradouros públicos;
·         trânsito de veículos em áreas urbanas;
·         trânsito de pedestres;
·         combate a erosões;
·         controle de inundações.
Ao se desenvolver o "projeto geométrico" das ruas e das avenidas de uma área a ser urbanizada é que ficam estabelecidos os elementos que permitem a definição das sarjetas. Por isso, as vias públicas compreendem parte do sistema de drenagem e devem ser projetadas levando em conta, também, o seu funcionamento como elemento hidráulico.
As bocas-de-lobo destinam-se a captar as águas pluviais provenientes do escoamento superficial pelas sarjetas, encaminhando-as aos poços de visita ou caixas de passagem e, conseqüentemente, às galerias, através dos tubos de ligação.
Uma rede de galerias, projetada com capacidade suficiente para conduzir as vazões previstas, pode não funcionar de modo eficiente se as referidas vazões pluviais não atingirem estas galerias nas condições esperadas, isto é, se as bocas de lobo não forem corretamente dimensionadas, ou, ainda, se não forem efetuados serviços seguros de limpeza periódica, evitando-se obstruções.


Os tubos de ligação são condutos que levam as águas captadas pelas bocas-de-lobo às galerias ou diretamente aos canais. Embora sejam aparentemente considerados elementos de menor importância num sistema de drenagem, estes devem ser merecedores de uma análise detalhada pelo projetista. Mesmo que as sarjetas, as bocas-de-lobo e as galerias sejam corretamente dimensionadas, o conjunto poderá não funcionar adequadamente, por insuficiência de capacidade dos tubos de ligação. O diâmetro mínimo usualmente padronizado é igual a  400 mm.
Os poços de visita compõem o sistema de redes de drenagem, constituindo-se em órgãos acessórios que permitem a inspeção nas galerias, auxiliando na manutenção do sistema. Os poços de visita devem ser construídos nas seguintes situações:
·         no início de uma rede;
·         nas mudanças de direção de uma rede;
·         nas junções de galerias;
·         nas modificações de seções das canalizações;
·         nas modificações de declividade das canalizações ;
·         em pontos que reduzam as distâncias entre dois pontos de visita consecutivos.
As caixas de passagem compõem o sistema de redes de drenagem, permitindo a interligação de bocas de lobo às canalizações, através dos tubos de ligação. As caixas de passagem são construídas em pontos, nos quais se torna necessária a coleta das águas pluviais que escoam pelas sarjetas, em situações que não condicionem o uso de poços de visita.
As águas pluviais que escoam pelas sarjetas e são captadas pelas bocas-de-lobo chegam às canalizações principais do sistema. Sua localização se faz geralmente sob o eixo da via pública.
A profundidade mínima sugerida é de 1,0 m sobre a parte superior do tubo. Tem-se ainda como condicionamento ao estabelecimento da profundidade mínima o recebimento dos tubos de ligação oriundos das bocas-de-lobo.
Os resíduos sólidos constituem hoje uma das grandes preocupações ambientais do mundo moderno. As sociedades de consumo avançam de forma a destruir os recursos naturais, e os bens, em geral, têm vida útil limitada, transformando-se cedo ou tarde em lixo, cujas quantidades crescentes não se sabe o que fazer.
Os resíduos sólidos, líquidos ou gasosos são produtos inevitáveis dos processos econômico-sociais de que se depende. Assim como no metabolismo dos seres vivos, as sociedades transformam insumos em bens, em serviços e em alguns subprodutos que se precisa eliminar. Dos pontos de vista sanitário e ambiental, a adoção de soluções inadequadas para o problema do lixo faz com que seus efeitos indesejáveis se agravem: os risco de contaminação do solo, do ar e da água, a proliferação de vetores, doenças e a catação. Com a maior concentração de pessoas nas cidades e o aumento da produção individual de lixo, os locais de tratamento e destinação final devem inspirar maiores cuidados, de modo a não tornar irreversíveis os danos ambientais daí decorrentes. Atualmente, a existência de lixões (vazadouros), locais onde são descarregados os resíduos sem quaisquer cuidados, representa uma grave ameaça à saúde pública e ao meio ambiente.
Do lado econômico, a produção exagerada de lixo e a disposição sem critérios representam um desperdício de materiais e de energia. Em condições adequadas, estes materiais poderiam ser reutilizados, diminuindo-se, assim:
·         o consumo dos recursos naturais;
·         a necessidade de tratar, armazenar e eliminar os dejetos;
·         os riscos para a saúde e para o meio ambiente.
O reaproveitamento desses resíduos, observando critérios sanitários e sendo economicamente viável, representa novas oportunidades de trabalho e de renda para milhares de pessoas. Segundo pesquisas realizadas no início dos anos 90, pelo IBGE, 75% do lixo produzido no Brasil são lançados em lixões (vazadouros), sem qualquer critério. A solução do problema, visando a melhoria da situação atual, passa pela definição de políticas que sejam o resultado de estudos abrangentes, econômica e socialmente realizáveis e para cuja implementação se tenha vontade e determinação.
Os serviços de limpeza pública são compostos das seguintes atividades:
·         limpeza de logradouros (varrição, capina e serviços diversos);
·         acondicionamento de lixo;
·         coleta de lixo;
·         tratamento e disposição final do lixo (aterro sanitário, compostagem, incineração, etc.);
·         reciclagem dos materiais do lixo;
·         disposição de entulho.
O destino inevitável do lixo é um aterro. O que a comunidade, por meio de seus governantes, deve decidir é que proporção do lixo vai ser aterrada e de que forma este aterro vai ser feito, visto que os impactos ambientais, sociais e econômicos da disposição final do lixo são perigosos, devido aos enormes problemas que causam, como:
·         poluição do solo, do ar e da água;
·         atração de vetores (insetos e roedores);
·         risco de fogo, deslizamento e de explosões;
·         espalhamento de lixo pelo vento e animais;
·         atividades de catadores.
Apresentam-se aqui três das principais alternativas (aterro sanitário, incineração e compostagem) de disposição final dos resíduos sólidos. Há outras formas de dispor, que no momento não são viáveis econômica e tecnicamente.
Segundo a norma ABNT NBR 8.419/1984, aterro sanitário é:
Uma técnica de disposição de resíduos sólidos urbanos no solo sem causar danos à saúde pública e à sua segurança, minimizando os impactos ambientais. Métodos este que utiliza princípios de engenharia para confinar os resíduos sólidos à menor área possível e reduzi-los ao menor volume permissível, cobrindo-os com uma camada de terra na conclusão de cada jornada de trabalho, ou a intervalos menor, se for necessário.
Essa técnica consiste basicamente da compactação dos resíduos no solo, dispondo-os em camadas que são periodicamente cobertas com terra ou com outro material inerte, formando células, de modo a se ter alternância entre os resíduos e o material de cobertura. Aterro sanitário exige cuidados e técnicas específicas, que visam inclusive o uso futuro da área, e que incluem a seleção e o preparo da área, sua operação e seu monitoramento. A NBR 8419 fixa todos os procedimentos necessários a uma correta elaboração do projeto. Um aterro sanitário contém, necessariamente:
·         instalações de apoio;
·         sistema de drenagem de águas pluviais;
·         sistema de coleta e tratamento de líquidos percolados e de sistema de coleta e tratamento de líquidos percolados e de drenagem de gases, formados a partir da decomposição da matéria orgânica presente no lixo;
·         impermeabilização lateral e inferior, de modo a evitar a contaminação do solo e do lençol freático.
O aterro sanitário é um método atraente e de menor custo para comunidades com poucos recursos financeiros e humanos, e que pode satisfazer as condições de preservação do meio ambiente, disposição chamada de aterro controlado, com menores exigências para a proteção ambiental, e cujas recomendações técnicas, descritas na norma ABNT NBR 8,849/1985, são mais simplificadas se comparadas ao aterro sanitário.
Não é prevista a implantação de sistema de coleta e tratamento de líquidos percolados e de sistema de drenagem de gases. Este método não deve ser considerado como solução definitiva para o correto equacionamento da disposição final de resíduos sólidos, uma vez que é grande o seu potencial de impacto ambiental, notadamente no que se refere à poluição das águas superficiais e subterrâneas e do solo.


Um segundo método de tratamento e disposição sanitariamente adequados dos resíduos sólidos é a compostagem. Por definição, compostagem é a transformação de resíduos orgânicos presentes no lixo, por meio de processos físicos, químicos e biológicos, em material biogênico mais estável e resistente. O resultado final é o "composto", excelente condicionador orgânico dos solos. O processo se constitui basicamente de duas etapas:
·         a física, onde se dá o preparo dos resíduos, fazendo-se uma separação entre a matéria a ser composta e outros materiais (potencialmente recicláveis e/ou rejeito), e, em seguida, é feita uma homogeneização;
·         a biológica, que consiste da fermentação e da digestão do material, realizadas sob condições controladas, num período que varia, geralmente, de 60 a 120 dias.
A compostagem é feita em pátios especialmente preparados, sendo o material orgânico disposto em leiras (montes), que operam por reviramento ou por aeração forçada, caso em que se necessita de equipamentos especiais. Há usinas mecânicas nas quais ocorre parte do processo mais aceleradamente, não dispensando, porém, a necessidade de plataformas para a maturação do composto.
A eficiência do processo está ligada a um plano de coleta seletiva que impeça a presença de plásticos, vidros e de outros materiais contaminantes e insetos, indesejáveis na massa a ser composta. A viabilidade econômica dessa alternativa de aproveitamento do lixo depende de condições de mercado que favoreçam a comercialização e a utilização do composto.
Ademais, a obtenção de um composto de boa qualidade depende do monitoramento do processo, cujos principais fatores intervenientes são:
·         as condições de aeração;
·         o teor de umidade.
A incineração é um processo de redução de peso (em até 70%) e de volume (em até 90%) do lixo, por meio de combustão controlada, de 800 a 1.000 o C, visando a disposição final. O processo é realizado em fornos especiais, nos quais se pode garantir o oxigênio para a combustão, turbulência, os tempos de permanência e as temperaturas adequadas. É uma alternativa indicada para o caso de grande quantidade de resíduos sépticos e/ou perigosos, ou quando se tem grandes distâncias a serem percorridas entre a coleta e disposição final, e o lixo é rico em materiais secos comburentes.
Outra circunstância que recomenda a incineração é a dificuldade de encontrar áreas para aterro. Um grande inconveniente desse processo é a liberação de gases tóxicos que precisam ser tratados. Além disso, as cinzas e os demais materiais remanescentes do processo de incineração precisam ser convenientemente dispostos  (Manual de Saneamento do Ministério da Saúde, 1981).


2 – AÇÕES FUNDAMENTAIS EM SAÚDE PúBLICA
À medida que os conhecimentos de medicina e a organização das sociedades se desenvolveram, a higiene e a saúde pública alcançaram níveis mais altos e difundem-se em setores da população que até aí só havia desfrutado de seus benefícios indiretos  (Higiene e Saúde, 2001).
A higiene tenta resguardar e manter a saúde das pessoas e das populações, mediante a adoção de regras preventivas, para evitar ou limitar o aparecimento e propagação de infecções, doenças degenerativas e todos os fatores que ocorrem de maneira negativa no padrão de vida sanitário das pessoas e das sociedades.
O meio mais simples de restringir os efeitos nocivos que podem levar à doença ou ao descaso para com a saúde consiste na aplicação rigorosa e ordenada das medidas de asseio e limpeza, tanto em escala pessoal quanto grupal, com o saneamento de casa, ruas etc. Deve-se fixar, para isso, regras que garantam o cumprimento das medidas sanitárias coletivas e o uso de todos os recursos ao alcance do governo, para exercer eficaz política de higiene e saúde.
A higiene, juntamente com uma alimentação, e o saneamento básico são fundamentais para a preservação da saúde. O organismo humano tem que se defender dos agentes causadores das doenças; para tanto, as pessoas são dotadas de sistema imunológico que atua no combate a esses agentes causadores de doenças.
O sistema imunológico defende o corpo de elementos estranhos (antígenos) que penetram no organismo. Os anticorpos são produzidos por uma proteína, denominada gamaglobulina, sempre que um antígeno "invade" o organismo.
Em alguns casos, os anticorpos ficam definitivamente instalados no organismo, para prevenir qualquer "ataque" futuro. Desse modo, forma-se a imunidade definitiva contra as doenças que esses inimigos poderiam causar. A elaboração de vacinas é baseada nesse princípio de imunidade permanente.
Os vírus são estruturas químicas de ácido nucléico e proteínas. São parasitas intracelulares capazes de se reproduzir no interior das células, utilizando, para isso, o metabolismo dessas células. Um só vírus pode provocar várias manifestações clínicas, e uma única doença pode ser causada por mais um vírus.
Serão dados exemplos das doenças mais comuns no Brasil.
Caxumba: Doença transmissível que consiste na inflamação das glândulas parótidas. O contágio se dá por meio de gotículas de saliva. É mais freqüente em crianças, no entanto, pode trazer complicações quando ataca adultos, principalmente do sexo masculino, resultando às vezes na esterilidade. Sua profilaxia é feita por intermédio de vacinação. A caxumba imuniza a pessoa para sempre.
Poliomielite: Doença muito grave, causada por poliovírus; é mais comum em crianças menores de dois anos. Em alguns casos, nada de grave acontece; outras vezes, no entanto, a doença pode evoluir, causando atrofias musculares e paralisia de membros. Sua profilaxia é feita por meio da vacina Sabin, aplicada em três doses de reforço.
Rubéola: Virose benigna que ataca principalmente crianças, provocando inchaço dos gânglios linfáticos do pescoço e manchas na pele. É muito perigosa se contraída por mulheres no início da gravidez, pois seu vírus atravessa a placenta e pode causar a deformação do embrião. É transmitida pelas gotículas de saliva. A sua profilaxia é por vacinação.
Sarampo: Virose grave e altamente contagiosa, que ataca principalmente as crianças de até dez anos de idade. A contaminação se dá por intermédio da eliminação do vírus pelas vias respiratórias da pessoa infectada. A vacina contra o sarampo imuniza permanentemente.
Catapora ou varicela: Virose leve transmitida pelo contato direto com pessoas infectadas ou por intermédio de gotículas de saliva. Para evitar o contágio, deve-se ficar afastado de portadores da doença.
Raiva ou hidrofobia: Virose que ataca o sistema nervoso, quase sempre fatal se não for tratada imediatamente. É transmitida pela mordida ou saliva de animal infectado, por isso os animais devem ser vacinados. Se houver mordida de animal, este deve ficar confinado, para verificar se está infectado e tomar o soro e a vacina anti-rábicos.
Febre amarela: Virose transmitida de pessoa a pessoa e causada pelo mosquito Aedes Aegypti. Tem curta duração e, em 10% dos casos, leva à morte do doente. A vacinação antes de entrar em regiões endêmicas é indispensável, para evitar a contaminação.
Hepatite viral: É uma virose que ataca o fígado. O vírus da hepatite passa das fezes da pessoa contaminada para a boca do indivíduo são, por intermédio de alimentos e objetos contaminados; também pode haver transmissão por meio de moscas e de agulhas de injeção não esterilizadas. A prevenção consiste na higiene pessoal e no isolamento do doente.
Dengue: Virose que se dá pela picada do mosquito Aedes Aegypti. A doença se apresenta de duas formas: benigna ou hemorrágica, que é a forma mais rara, porém pode ser fatal. A prevenção se faz com o combate ao mosquito e as suas larvas, evitando manter água parada em vasos, latas, pneus e outros recipientes que possam retê-la.
Aids: é a Síndrome de Imunodeficiência Adquirida (Sida), estado final da infecção crônica provocada pelo retrovírus HIV (vírus da imunodeficiência humana). É uma doença que anula a capacidade do sistema imunológico de defender o organismo de múltiplos microorganismos, causando, entre outros problemas, infecções oportunistas graves, como toxoplasmose, pneumonia e tuberculose pulmonar. Caracteriza-se por astenia e perda de peso acentuado, bem como por uma incidência elevada de certos cânceres, especialmente o sarcoma de Kaposi e o linfoma de célula B. Transmite-se pelo sangue, por contato homossexual ou heterossexual e, através da placenta da mãe infectada ao feto. As transfusões sangüíneas foram uma via importante de transmissão, antes do desenvolvimento de um teste confiável para a detecção do vírus no sangue. Um dos mecanismos principais de transmissão e difusão da doença é o uso compartilhado, pelos viciados em drogas, de agulhas contaminadas com sangue infectado. Nos países ocidentais, o maior número de casos ocorreu por transmissão sexual. O vírus HIV permanece inativo por um tempo variável, no interior das células T infectadas, e pode demorar até 10 anos para desencadear a moléstia.
Gripe: Doença infecto-contagiosa aguda do trato respiratório, provocada pelo vírus influenza, que afeta de maneira especial a traquéia. Um episódio não complicado de gripe caracteriza-se por um quadro que inclui tosse seca, dor de garganta, congestão e secreção nasal abundante e irritação ocular. Nos casos mais complexos, acrescentam-se calafrios, febre de rápida instauração, cefaléia, dores musculares e articulares e, às vezes, sintomas digestivos. A febre regride paulatinamente em poucos dias. Contudo, quando o processo é acompanhado ou seguido por uma pneumonia viral ou bacteriana, pode se tornar uma doença mortal.
As bactérias são seres unicelulares, que se reproduzem por divisão. Esses seres vivem isolados ou formam colônias.A forma e o tamanho das bactérias é bastante variável. Bactérias esféricas recebem o nome de cocos; as alongadas, em forma de bastão, são os bacilos ("bastonetes"); as que têm forma espiralada são os espirilos ou espiroquetas, e as que se apresentam em forma de vírgula são denominadas vibriões. Há ainda tipos combinados, como o coco-bacilo, causador da coqueluche. Alguns exemplos de doenças causadas por bactérias são:
Cólera: Doença infecto-contagiosa que, na maioria das vezes, acontece por surtos epidêmicos, pois o vibrião colérico desenvolve-se na água, e as regiões contaminam umas às outras por intermédio da água. Seus principais sintomas são a diarréia e o vômito; sua prevenção é feita por meio de cuidados atentos na higiene.
Difteria ou crupe: Doença infecto-contagiosa que pode ser fatal. A contaminação pode resultar do contato direto com a pessoa infectada, por meio de gotículas de saliva ou de objetos do doente. A profilaxia é feita por intermédio da vacinação – vacina tríplice. Medidas adequadas de higiene e saneamento também ajudam a evitar a moléstia.
Febre tifóide: Doença que se pode transformar em epidemia, transmitida das fezes para a boca por meio da água e de alimento contaminados. Sua prevenção consiste em medidas adequadas e especiais de higiene; deve haver o isolamento da pessoa infectada.
Coqueluche: Também chamada de "tosse comprida", é uma doença infecto-contagiosa que pode se transformar em epidemia. É caracterizada por acessos de tosse e pela presença de catarro nas vias respiratórias. Sua contaminação se faz direta ou indiretamente, por meio do contato com o doente ou com objetos infectados. A profilaxia é feita por intermédio da vacina tríplice e do afastamento das pessoas infectadas.
Tétano: Infecção grave, que pode ser fatal, caracterizada por contrações e espasmos dos músculos e fortes dores; seu bacilo ataca o sistema nervoso. O contágio ocorre por intermédio de ferimentos da pele. A prevenção é feita por meio de cuidados na higiene.
Tuberculose: Causada pelo bacilo de Koch, que, na maioria dos casos, ataca somente os pulmões, mas pode também afetar quase todos os órgãos do corpo. O contágio se dá por meio do contato direto com a pessoa infectada. A vacinação ajuda na prevenção da doença. Deve haver o isolamento do doente.
Meningite: Doença muito grave, que consiste na inflamação das meninges – membranas que envolvem e protegem o cérebro e a medula. Pode ser causada por vírus, bactérias ou fungos. Sua forma mais contagiosa é causada pela bactéria meningococos, liberada no ar pela pessoa com a doença. Para a prevenção da doença devem-se evitar aglomerações e ambientes abafados; os utensílios e objetos pessoais do doente devem ser de uso restrito dele; isolamento do doente em hospitais especializados. A vacinação, mesmo sem ser totalmente eficaz, é recomendada, principalmente em casos de epidemia e de contato com doentes.
Pneumonia: Inflamação pulmonar aguda por diversos tipos de microorganismos. Os primeiros sintomas são calafrios, febre, dispnéia, respiração rápida, dor (em pontada) nas costas e tosse com expectoração. As base gerais do tratamento compreendem os cuidados com o doente e o combate ao agente etiológico, entre os quais as bactérias são as mais comuns.
Os protozoários são seres unicelulares que existem em quase todos os lugares (solo, rios, lagos, mares e no corpo de quase todos os animais). Há várias espécies de protozoários. Alguns vivem livremente, e alguns ficam associados a outros seres, criando uma relação parasitaria. A forma dos protozoários é muito variável. Alguns são semelhantes às células dos tecidos animais, com membranas finas e vacúolos; outros se assemelham a células vegetais. Os flagelados são protozoários que se movem por ação de estrutura longas, que lembram chicotes. Um exemplo de flagelado é o do protozoário que causa a Doença de Chagas. Certas espécies de protozoários locomovem-se por pseudópodes: são os rizópodes. Já os esporozoários são parasitas de animais e transmitem doenças para as pessoas, como no caso da malária. Há também os ciliado, que se locomovem por meio dos cílios que os circundam.
O parasitismo é uma forma de dependência causada pela invasão de um organismo por outro, que lhe tira substâncias vitais, como o sangue. Os parasitas podem viver dentro do corpo do hospedeiro ou fora dele; há ainda alguns que precisam de vários hospedeiros para completar o seu ciclo evolutivo. A transmissão se dá pela passagem de um parasita de um hospedeiro para outro. Alguns parasitas são permanentes, outros temporários e há ainda os periódicos. Alguns exemplos de doenças causadas por protozoários são:
Amebíase: Também conhecida com disenteria amebiana; é causada por um protozoário parasita – a Entamoeba histolytica – que se aloja no aparelho digestório, provocando disenteria aguda e apresentando sangue nas fezes. O contágio se dá por intermédio da água, dos vegetais ou dos frutos. Nessa doença, a prevenção é muito importante sendo a higiene fundamental para a não-contaminação.
Malária: Também conhecida como impaludismo, maleita e outros nomes. É uma infecção do sangue provocado por um protozoário do gênero Plasmodium, transmitido ao ser humano pelas fêmeas dos mosquitos do gênero Anopheles. A prevenção consiste no combate ao mosquito.
Doença de Chagas: Doença grave causada pelo protozoário Triapanossoma cruzi. A transmissão se dá por intermédio do inseto conhecido como barbeiro, que vive em frestas de paredes de casas de pau-a-pique ou sapé. Ele suga o sangue das pessoas quando estas estão dormindo, deixando suas fezes no local da picada. Ao coçar o local, as pessoas facilitam a entrada dos protozoários, que se reproduzem e passam para a corrente sangüínea. A prevenção consiste basicamente no combate ao inseto.
São denominadas, de maneira geral, de micoses, e a grande maioria é causada por parasitas externos ou ectoparasitas. Atacam a pele, as unhas, o couro cabeludo e, em alguns casos podem invadir os órgãos internos. Entre as micoses mais comuns tem-se as frieiras, a micose de praia e o sapinho bucal. Parasitando órgãos internos, a mais comum é a micose pulmonar, ou blastomicose pulmonar, geralmente adquirida por pessoas com o hábito de levar à boca ramos de vegetais (MARLET & MEIRA & DÀNDRETA JR,  1976).
2.2 Ações Fundamentais em Saúde Pública de Saneamento
Saneamento básico compreende os serviços de abastecimento de água, de coleta e destino dos esgotos sanitários e industriais, de drenagem urbana, de coleta e destino final do lixo. Juntamente com os demais serviços públicos, formam a infra-estrutura essencial do habitat humano e à vida comunitária, nos núcleos urbanos e nas zonas rurais. Constituem a infra-estrutura indispensável à saúde pública e a qualquer plano ou programa de desenvolvimento econômico, urbano ou industrial.
A disponibilidade dos serviços de saneamento básico, com altos níveis de cobertura e com os necessários padrões de qualidade e de confiabilidade, contribui diretamente para a melhoria das condições de saúde e de qualidade de vida da população. Não obstante esta evidência, os serviços de saneamento básico têm sido os menos contemplados entre todos os serviços públicos nas prioridades, nos programas e nas alocações de recursos governamentais. Decorrem daí os baixos índices de cobertura, as deficiências e até mesmo a inexistência desses serviços em tantas regiões e comunidades carentes – com os mais graves riscos e conseqüências para a saúde e para a qualidade de vida das populações não atendidas ou atendidas de forma precária.
·         Saneamento: Controla todos fatores do meio físico que exercem ou podem exercer efeito nocivo à saúde.
·         Saúde Pública: É a ciência ou a arte de promover, proteger e recuperar a saúde por meio de medidas de alcance coletivo e de motivação da população.
·         Higiene: Ciência e arte de conservar e melhorar a saúde e de prevenir as doenças.
·         Meio Ambiente: Todas condições e influências externas que afetam a vida e o desenvolvimento de um organismo.
·         Padrões de Potabilidade: Quantidades limites de diversos elementos, os quais podem ser aceitos nas águas de abastecimento (os limites são fixados por leis, decretos, regulamentos ou especificações).
·         Poluição: Qualquer alteração das propriedades físicas, químicas ou biológicas do meio ambiente (ar, água e solo).
·         Profilaxia: Conjunto de medidas que tem por finalidade prevenir ou atenuar as doenças, suas complicações e conseqüências, por meio de medidas de medicina preventiva, construtiva  e saneamento.
·         Água contaminada: É aquela que contém organismos patogênicos, substâncias tóxicas ou radioativas.
·         Água desinfetada: Água isenta de microorganismos patogênicos.
·         Água esterilizada: água isenta de microorganismos vivos.
·         Água poluída: Água que apresenta alterações em suas propriedades físicas, químicas ou biológicas.
·         Água potável: É aquela própria para o consumo humano.
·         Água bruta: É a água em seu estado natural (encontra-se nos rios, nos lençóis subterrâneos, nos lagos, etc.).
·         Água tratada: É a água que foi submetida a um ou mais processos, para remoção de impurezas e/ou correção de suas propriedades.
·         Águas residuárias: Esgotos gerados por uma comunidade ou por indústrias.
·         Águas de infiltração: Parcela das águas do subsolo que penetra nas canalizações de esgotos por meio de juntas, poços de visita e defeitos nas estruturas do sistema.
·         Águas pluviais: Parcela das águas das chuvas que escoa superficialmente.
·         Contaminação: Elementos em concentrações nocivas à vida animal e vegetal. (na água, é um caso particular de poluição).
·         Corpo receptor: Corpo d’água que recebe o lançamento de esgotos brutos ou tratados.
·         Desinfecção: Destruição de agentes de infecção específica (destruição de germes patogênicos).
·         Doença de transmissão hídrica: A água atua como veículo do agente infeccioso.
São exemplos de doenças provenientes de problemas com o saneamento e o meio ambiente:
­   Doenças adquiridas por meio da ingestão da água: febre tifóide, disenteria bacilar, hepatite, poliomelite, etc.
­   Doenças transmitidas pela água, por meio do contato com a pele ou mucosas: esquistossomose, doenças de pele, infecção de olhos, nariz e garganta, etc.
·         Doença de origem hídrica: Decorrentes de substâncias contidas na água em teor inadequado (fluorese – excesso de flúor; metemoglobinemia ou cianose – provocada pelos nitratos; saturnismo – envenenamento causado pelo chumbo; distúrbios causados por substâncias radioativas; etc.).
·         Ecologia: Estudo das relações mútuas de todos os organismos que vivem em um mesmo ambiente e sua adaptação ao meio.
·         Efluente: Despejos, tratados ou não, de origem agrícola, industrial ou doméstica, lançados no meio ambiente.
·         Esgotos domésticos: Despejos líquidos das habitações, dos estabelecimentos comerciais, das instituições e dos edifícios públicos.
·         Esgoto bruto: Esgoto não tratado.
·         Esgoto tratado: Esgoto após etapa de tratamento.
·         Efluentes industriais: Esgotos gerados pelas indústrias.
·         Esterilização: Destruição de microrganismos causadores ou não de infecções, existentes num substrato ou objeto.
·         Abastecimento de água.
·         Coleta e disposição (tratamento) de águas residuais e industriais (esgotos, resíduos e águas pluviais). Coleta e disposição (tratamento) de águas residuais e industriais (esgotos, resíduos e águas pluviais).
·         Acondicionamento, coleta, transporte, tratamento e/ou destino final dos resíduos sólidos (lixo).
·         Controle da poluição ambiental (água, ar, solo, acústica e visual).
·         Saneamento dos alimentos.
·         Controle de insetos e de roedores importantes na saúde pública.
·         Saneamento da habitação, locais de trabalho, escolas e recreações (parques, piscinas, clubes) e hospitais.
·         Saneamento e planejamento territorial.
·         Saneamento dos meios de transporte.
·         Saneamento em situação de emergência.
·         Outros saneamentos do meio (cemitérios, aeroportos, ventilação, iluminação, insolações).
2.3 A Água na Natureza
A água é o constituinte inorgânico mais abundante na matéria viva. No homem, mais de 60% do seu peso é constituído por água, e em certos animais aquáticos esta porcentagem sobe para 98%. A água cobre quase 4/5 da superfície terrestre; desse total, 97,4% referem-se aos mares e aos oceanos e o restante 2,6 % são de água doce. Desta, 2,3 % são formados por geleiras e lençóis d’água de grandes profundidades (mais de 800 m). Conseqüentemente, constata-se que somente 0,3% do volume total de água do planeta pode ser encontrado em fontes de superfície (lagos e rios) e fontes subterrâneas menos profundas (poços e nascentes).
Algumas doenças podem ser transmitidas pela água:
·        transmissão hídrica: a água atua como veículo do agente infeccioso, principalmente no aparelho intestinal e acontece quando microrganismos patogênicos atingem a água com as excreções de pessoas e de animais infectados;
·        origem hídrica: a água por ter excesso ou falta de elementos e/ou substâncias químicas causam doenças; os principais elementos que possuem propriedades tóxicas são: arsênio, bário, cádmio, chumbo, selênio, manganês, nitratos e ferro.
Os agentes infecciosos contidos na água são:
·        bactérias: cólera, febre tifóide, febre para tifóide, disenteria bacilar.
·        protozoários: amebíase ou disenteria amebiana.
·        vermes: esquistossomose, ancilostomose.
·        vírus: hepatite infecciosa, poliomielite.
Substâncias químicas contidas na água prejudiciais à saúde quando em quantidade excessiva:
·         saturnismo: excesso de chumbo.
·         fluorese: excesso de flúor.
·         cianose: nitratos.
·         laxativos: sulfatos.
·         tóxicos: zinco, arsênio, cromo, cobre, cádmio, etc.
·         Abastecimento público.
·         Irrigação. 
·         Preservação da flora e da fauna.
·         Recreação e lazer.
·         Navegação
·         Diluição de Despejos.
·         Geração de Energia
·         Controle e prevenção de doenças.
·         Implantação de hábitos higiênicos.
·         Limpeza pública.
·         Práticas desportivas.
·         Conforto, segurança e facilidade no combate a incêndios.
·         Aumento da vida média pela diminuição da mortalidade.
·         Aumento da vida eficiente do indivíduo (aumento da vida média / tempo de afastamento por doença).
·         Aumento do número de habitantes.
·         Implantação de indústrias.
·         Turismo, etc.
É o caminhamento da água desde a atmosfera, passando por varias fases, até retornar à atmosfera:
·         P (Precipitação): a água evaporada dos mares, lagos, pântanos, rios, vegetais e animais produzem as nuvens que, alcançando regiões frias, condensam-se e caem em forma de chuva.
·         ES (Escoamento Superficial): parte da chuva, ao cair, escorre sobre a superfície da terra, formando enxurradas que atingem os rios, os mares, etc.
·         I (Infiltração): Parte da chuva se infiltra na terra, aonde vão se formar os aqüíferos freáticos e artesianos.
·         ESB (Escoamento Subterrâneo): Os aqüíferos subterrâneos formam nascentes, fontes, poços etc.
·         E (Evaporação): Parte da chuva ao cair no solo quente se evapora. A água dos rios, lagos, mares, pela incidência solar, evapora. Das plantas e dos animais (pela transpiração), a água em forma de vapor, condensada produz as nuvens e a chuva.
Os mananciais disponíveis podem ser divididos em dois grandes grupos: o subterrâneo e o superficial.
É aquele cuja água vem do subsolo, podendo aflorar à superfície (nascentes, minas, etc.), ou ser elevado à superfície por intermédio de obras de captação (poços rasos, poços profundos, galerias de infiltração, etc.).As reservas de água subterrânea provêm de dois tipos de lençol d’água ou aqüífero:

É aquele em que a água se encontra livre, com sua superfície sob a ação da pressão atmosférica. Em um poço perfurado nesse tipo de aqüífero, a água no seu interior terá o nível coincidente com o nível do lençol. A alimentação do lençol freático ocorre geralmente ao longo do próprio lençol.
É aquele em que a água se encontra confinada por camadas impermeáveis e sujeita a uma pressão maior do que a pressão atmosférica. Em um poço profundo que atinge esse lençol, a água subirá acima do nível do lençol. Poderá, às vezes, atingir a boca do poço e produzir uma descarga contínua, jorrante. Verifica-se a alimentação do lençol confinado somente no contato da formação geológica com a superfície do solo, podendo ocorrer a uma distância considerável do local do poço. As condições climáticas ou o regime de chuvas, observados na área de perfuração do poço, pouco ou nada afetam as características do aqüífero.
As principais vantagens da utilização das águas subterrâneas são:
·         Potencialmente apresentam boa qualidade para o consumo humano, embora o lençol freático seja muito vulnerável à contaminação.
·         Relativa facilidade de obtenção da vazão de demanda, embora nem sempre em quantidade suficiente.
·         Possibilidade de localização de obras de captação nas proximidades das áreas de consumo.
·         O custo das obras de captação subterrânea é menor do que os de captação superficial.


É constituído pelos cursos d’água (córregos, ribeirões, lagos, represas, etc.) e, como o nome indica, tem o espelho d’água na superfície do terreno.As precipitações atmosféricas, logo que atingem o solo, podem se armazenar nas depressões do terreno, nos lagos e nas represas, ou alimentar os cursos d’água, transformando-se em escoamento superficial.
Suprimento de água em quantidade adequada é motivo de preocupação desde o começo da civilização (condução de água a grandes distâncias, distribuição centralizada). Até o meio do século XVII não existiam tubos capazes de resistir à pressões significativas (tubos de madeira, argila ou chumbo). O desenvolvimento de tubos de ferro fundido e a gradual diminuição do seu custo, conjuntamente com a melhoria das bombas movidas a vapor, tornou possível o suprimento de água público, mesmo para pequenas comunidades, e a distribuição individual.
Isso resolveu apenas a metade do problema, pois muitos mananciais continham água imprópria para consumo humano. Juntou-se a este cenário o despejo desenfreado dos esgotos, contaminando os mananciais. Portanto, métodos de tratamento de água tiveram que ser desenvolvidos para proteger a saúde das populações.
Coagulação e floculação foram utilizadas desde pelo menos 2000 a.C, muito embora a aplicação desses métodos, nos Estados Unidos, por exemplo, só ocorreu por volta de 1900. O efeito do tratamento é certamente notável.
As Companhias Estaduais de Saneamento são responsáveis por 79% da população atendida, sendo os demais atendidos por sistemas operados pelas próprias Prefeituras Municipais ou mediante convênio com o governo federal (Funasa).
Problema recorrente dos SAA (Sistemas de Abastecimento de Água) é o não-cumprimento dos padrões de potabilidade da água distribuída e da ocorrência de intermitência no abastecimento (quantidade e qualidade da águas comprometidas). Na média, os índices de perdas são elevados (vazamentos, desperdícios ou falta de medição apropriada).
O Sistema de Abastecimento de Água (SAA) representa o "conjunto de obras, equipamentos e serviços  destinados ao abastecimento de água potável de uma comunidade para fins de consumo doméstico, serviços públicos, consumo industrial e outros usos".
A solução coletiva para o suprimento de água é importante por diversos aspectos, entre eles, pode-se citar:
·         maior flexibilidade na proteção do manancial que abastece a população;
·         maior facilidade na supervisão e manutenção das unidades instaladas;
·         maior controle sobre a qualidade da água consumida;
·        ganhos de escala (economia de recursos humanos e financeiros).
Para o bom funcionamento desse programa, é necessário o manancial,  que é  fonte de água; a captação e o conjunto de equipamentos e instalações utilizadas para a tomada de água do manancial; a adução com o  transporte de água do manancial (adutora de água bruta) ou tratada (adutora de água tratada); o Tratamento com o  conjunto de equipamentos e instalações destinadas à melhoria das características qualitativas da água, sob os aspectos físico, químico, bacteriológico e organoléptico (que se refere às características da água que são percebidas pelos sentidos, como gosto e cheiro), de modo a torná-la apta para o consumo humano. A reservação, que é o  armazenamento da água para atender a diversos propósitos, como a variação de consumo horária e a manutenção da pressão mínima na rede de distribuição, com a condução da água para os pontos de consumo, por meio de tubulações instaladas nas vias públicas. Estações Elevatórias com  instalações de bombeamento destinadas a transportar a água a pontos mais distantes ou mais elevados, ou para aumentar a vazão de linhas adutoras e ligação predial, são o conjunto de tubos e peças que ligam a rede ao imóvel (FSSP, 1981).
A fluoretação visa a prevenção de cárie dentária. A eficiência na aplicação do flúor é mais aproveitada quando as pessoas o consomem na infância.A concentração ideal do flúor tem uma relação com a temperatura média da localidade. Algumas águas têm concentração natural de flúor e, quando em excesso, deve ser diluído, pois o flúor em alta concentração pode produzir a fluorose.
Ciari (1973) assevera sobre a mortalidade infantil:
A redução da mortalidade infantil retira das estatísticas brasileiras o carimbo mais característico do subdesenvolvimento. Existem vários índices que ajudam a medir o grau de pobreza de um país, como a má distribuição de renda, o grau de analfabetismo, a falta de moradias e de saneamento básico. Mas nada se compara a mortalidade infantil.
Os indicadores de saúde consistem em parâmetros necessários para o controle das condições de vida de uma população específica ou geral. Para sua eficiência, na área da saúde pública, estes índices devem ser traçados em duas ocasiões, :precedendo a instalação dos serviços e depois de algum tempo de desenvolvimento do programa de trabalho.
O objetivo principal da utilização destes indicadores seria, por meio dos estudos realizados, poder se identificar problemas ou deficiências que prejudiquem a saúde dos indivíduos. Entre os indicadores conhecidos tem-se o indicador de Nelson de Moraes, que estuda os índices de mortalidade em cinco grupos etários (< 1 ano, de 1 a 4 anos, de 5 a 19 e mais de 50 anos) e o indicador de Swaroop Uemura, que avalia as porcentagens de óbitos de pessoas com 50 anos ou mais, sendo que o mais sensível é o indicador de mortalidade infantil, que reflete o grau de desenvolvimento social de um grupamento humano, diferente da mortalidade acima dos 50 anos que, apesar de ser a maior, não é a que indica problemas sociais, pois a morte a partir dessa idade é a conseqüência natural da vida (Funasa, 1987).
Conhecer o perfil da mortalidade infantil é fundamental para a formulação de estratégias que permitam o seu controle. Este controle deve ser desde uma assistência adequada à mulher, durante a gestação e o parto, até um acompanhamento pós-parto, principalmente das crianças consideradas de risco e é devido a sua importância que se tem base nesse indicador.
Este indicador se divide em dois grupos: global e específico. O que se irá descrever se enquadra no indicador específico, que é o coeficiente de mortalidade infantil. Este coeficiente é denotado pela relação existente entre o número de óbitos (das crianças menores de 1 ano) e o número de nascimentos (desde que estejam vivos) em um determinado lugar, tendo-se como base para cálculo 1.000 nascidos vivos, que é reconhecido como um dos mais sensíveis indicadores de saúde, pois a morte de crianças menores de um ano é diretamente influenciada por condições de pré-natal, gravidez, história materna, conduta e doenças maternas, ruptura precoce de membrana, gemelaridade, idade materna, consangüinidade, procedimentos perinatais, mortalidade perinatal, condições e tipos de parto, síndrome da morte súbita, estado marital, intervalo entre partos, diferenças raciais materna e infantil, condições socioeconômicas, prematuridade, baixo peso ao nascer, más formações congênitas, mães portadoras do HIV e de outras doenças infecto contagiosas e outros.
Entre os fatores conhecidos relacionados com a mãe, a criança e o ambiente, que levam a um quadro crítico, predispondo estes aos problemas que induzem à mortalidade infantil, pode-se descrever alguns, tratados nos subitens a seguir.
As principais doenças maternas que estão associadas com a mortalidade infantil têm o seu início dependendo das características pessoais da mãe. A idade, o estado civil, os casamentos consangüíneos, o vício, a raça, o nível socioeconômico e a qualidade de vida são aspectos que influenciam de maneira direta no desenvolvimento de um estado debilitado, que gera uma probabilidade maior de surgimento dessas doenças. Em alguns casos de mães que já apresentam certas doenças, os índices prováveis de ocorrência da mortalidade infantil também é maior (GÓIS, 2000).
A hipertensão arterial severa leva a uma baixa no peso da criança ao nascer, indicando ou não uma alta na taxa de mortalidade perinatal e de ocorrência de pré-eclâmpsia (estágio precoce da hipertensão induzida pela gravidez). A diabetes pode fazer com que as mães concebam crianças prematuras, e assim ocorram aumentos na freqüência das anormalidades congênitas, provocando ou não a mortalidade peri ou neonatal. As doenças infecciosas e parasitárias como, por exemplo, a Aids e a sífilis, podem acarretar uma infecção placentária, aumentando o risco de morte do bebê. Contudo, as mães que recebem tratamento preventivo conseguem diminuir significativamente a mortalidade peri e neonatal.
São citados a seguir alguns desses estados:
Gravidez: Durante a gravidez o ponto mais importante são os cuidados pré-natais. O pré-natal é o período que antecede o nascimento, cuja mãe tem acompanhamento médico constante, com avaliações clínicas e laboratoriais, assistência nutricional, social e emocional, possibilitando o bom desenvolvimento do feto.
Parto: Em situações onde o pré-natal aconteceu por completo e tranqüilamente, o mais indicado seria um parto natural, porém, em casos especiais, como crianças em posição desfavorável e de peso extremamente baixo ao nascer, provavelmente prematuras, há uma menor taxa de mortalidade quando nascidas de parto cesáreo.
Pós-Parto: Após o nascimento, os cuidados primários para com a saúde constituem o referencial mais importante, que são a amamentação, a vacinação, o afeto, o apoio dado pelo governo, que geralmente fornece condições melhores no meio urbano do que no rural.


Desde a década de 80 existem programas voltados para a melhoria da saúde, principalmente das crianças, sendo que o combate à mortalidade infantil é o que merece maior destaque, por constituir um indicador sensível de saúde. Entre estes, existe o programa materno infantil da Secretaria de Saúde do Governo do Distrito Federal, o qual  defende a assistência perinatal, o incentivo do aleitamento materno (por meio da preparação dos hospitais), o controle das doenças diarréicas, o controle das infecções respiratórias aguda e o monitoramento do crescimento e do desenvolvimento das crianças.
Outro programa da época seria o dos Agentes de Saúde, que promovem a saúde no próprio domicílio, levando as informações necessárias até o foco do problema, orientando sobre prevenção de doenças e encaminhando os pacientes para as unidades de saúde, quando preciso. Além disso, foi revitalizado o programa de imunizações, melhorando a qualidade dos serviços (infra-estrutura e profissionais), garantindo um aumento efetivo da vacinação em crianças menores de um ano, o que acarretou a redução das doenças imuno preveníveis.
Algumas ações fundamentais de Saúde Pública  foram desenvolvidas pelo Ministério da Saúde, com a intenção de atingir dois objetivos fundamentais: a melhoria do quadro sanitário brasileiro, com ênfase na redução da taxa de mortalidade infantil, e a reorganização político-institucional do setor, que visa o aperfeiçoamento do Programa Saúde da Família, a partir da reorganização, no Ministério da Saúde, da modernização da vigilância sanitária e do apoio aos Estados e Municípios tanto técnica quanto financeiramente, possibilitando a descentralização da responsabilidade.
Juntamente com esse programa, foram desenvolvidos projetos comunitários, com a iniciativa das organizações não governamentais (ONGs) e com ações da Pastoral da Criança, estimuladas, especialmente, pela parceria com o Unicef e a Rede Globo, cujos voluntários, espalhados pelo território nacional, informam as pessoas carentes desde ações fundamentais de saúde, até saneamento básico. A sinergia dessas ações contribuiu para que as metas iniciais fossem atingidas em um curto espaço de tempo.
Quanto ao objetivo de redução da taxa de mortalidade, as prioridades devem ser o controle de doenças transmissíveis, a prevenção e recuperação da desnutrição, as ações relacionadas à saúde da mulher e da criança e o acesso a serviços de saneamento básico. Para isso, deveriam ser possíveis de cumprimento algumas metas pré-estabelecidas, tais como: vacinação em crianças e em mulheres em idade fértil, expansão do programa dos Agentes de Saúde, ampliando  o número destes agentes; implantação de  equipes de saúde da família em áreas carentes; implantação do programa de suplementação alimentar e de sistemas de abastecimento público que possibilitem o fornecimento de água em quantidade e qualidade, nos municípios de maior risco, registrados pelo projeto redução da mortalidade na infância; fornecimento de 100% dos medicamentos e contraceptivos necessários para a realização dos programas (PAISM – Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher, e PAISC – Programa de Atenção Integral à Saúde da Criança, 1988).
O PAISM tem como prioridade dar assistência no pré-natal, no parto e no pós-parto, proporcionando o planejamento familiar e o controle das doenças sexualmente transmissíveis. O PAISC atua beneficiando o crescimento e o desenvolvimento "global" da criança.
Um outro programa criado na década de 90 foi o aleitamento materno, o qual visa diminuir a desnutrição infantil, a desnutrição entre gestantes e baixo peso dos recém-nascidos, identificar e subsidiar propostas que reduzam essa desnutrição; orientar a população-alvo quanto à nutrição infantil; importar medicamentos necessários para o tratamento de patologias e organizar assistência obstétrica e perinatal em nível regional, para os casos mais complicados dessa população; ampliar serviços de UTI neonatal em alguns hospitais.
Esse programa é de grande importância, pois, além da tentativa de combater a desnutrição, incentiva o acompanhamento para a análise das causas dos óbitos em menores de um ano em áreas com taxas elevadas de mortalidade infantil. A primeira delas, que são as afecções originadas no período perinatal, caracterizam-se principalmente por problemas no sistema respiratório, como hipóxia e asfixia ao nascer.
Os sinais, sintomas e afecções mal definidas englobam as doenças cujas causas não são determinadas, por não haver assistência médica. Entre as doenças do aparelho respiratório, tem-se a pneumonia como a doença mais freqüente. As doenças infecciosas intestinais também são difíceis de se definir, mas como toda infecção relaciona-se com o sistema imunológico; no caso do recém-nascido, com a imaturidade desse sistema.
Na seqüência, encontram-se as anomalias congênitas do coração e/ou do sistema circulatório, que ocorrem por fatores genéticos dos pais. De acordo com as doenças bacterianas, a septicemia é a que mais se destaca, por estar associada com a falta de saneamento básico (higiene pessoal e ambiental). A desnutrição proteíco-calórica é a mais importante dentro das deficiências nutricionais, que está relacionada principalmente com o nível socioeconômico, sendo facilmente combatida. Outro aspecto a ser considerado é a condição climática, que pode disponibilizar os alimentos recomendados e, ainda, a educação da população, para uma melhor utilização destes alimentos, o que é bem mais difícil de se concretizar.
 A menos freqüente como influenciadora da mortalidade infantil é a meningite, que se enquadra nas doenças do sistema nervoso e dos órgãos dos sentidos, provavelmente pelo quadro evolutivo de incentivo nas campanhas de vacinação.
A prioridade na redução da taxa da mortalidade infantil se dá nas áreas mais carentes do País, sendo que o Nordeste caracteriza-se como uma região de alto risco, por diversos fatores, como o elevado índice de analfabetismo, a deficiência no programa de saneamento básico, a seca, a distribuição geográfica, sendo a área rural maior do que a urbana, a falta de informações gerais ligadas à saúde e o seu próprio desenvolvimento econômico.
Mediante estes fatores, os governos federais, estaduais, municipais, entidades religiosas (Pastoral da Criança), organizações não governamentais (ONGs/Unicef) uniram-se com o intuito de salvar vidas por meio de ações fundamentais de Saúde Pública, como distribuir comida, vacinar recém-nascidos e ensinar noções elementares de higiene às mães.
A responsabilidade pelos resultados obtidos envolve milhares de pessoas, sendo que a maioria é voluntária. Com as ações realizadas por estes indivíduos foi traçado o "mapa da fome", em que 913 municípios foram identificados como paupérrimos, sendo que 582 destes se encontram no Nordeste. No período de 1994 a 1996, estima-se que cerca de 20.000 crianças foram salvas nesta região, onde o problema era mais grave.
Foram detectados alguns erros dos programas anteriores e corrigidos, de maneira agradável, a fim de despertar maior interesse.
No Recife, os agentes de saúde desenvolveram um modo criativo de se comunicar com as mães: formavam um grupo de teatro que improvisava encenações nas quais se fala de alimentação, vacinas e cuidados de higiene. Na Paraíba, pela pouca escolaridade das mães e gestantes, que não conseguiam ler o material impresso pelo Ministério da Saúde, foram utilizados programas de rádio, para maior entendimento sobre o aleitamento materno e outras informações. Já em Pernambuco, especialmente em Caruaru, voluntárias da Pastoral da criança promoveram reuniões todas as sextas-feiras com as mães e gestantes, com o objetivo de ensiná-las a preparar pratos mais nutritivos, diminuindo o desperdício e o custo. No Rio Grande do Norte, o governo estadual, em parceria com a Pastoral da Criança, incentivaram o Programa do Leite e o Programa de Construção de Adutoras, que promove a transposição de água do Rio São Francisco, para irrigar milhares de hectares. Estas instituições têm o objetivo de estender este programa aos Estados de Pernambuco, Paraíba e Ceará.
Todas essas iniciativas levaram a uma redução de até 60%, na Bahia e na Paraíba, em 2 anos; no Rio Grande do Norte, passou-se de 80 para 19 por mil nascidos vivos, em 1999; e em Jurema, município pernambucano, de mil nascidos vivos, 263 morriam após um ano, o número de óbitos foi reduzidos para 87. ( Secretaria da Saúde do Estado do Ceará, 1989).
Como se pode ver, a maior queda ocorreu após o sinergismo das ações das organizações governamentais e não governamentais. Inicialmente, todas as modificações surtirem efeito rapidamente, com ações fundamentais de Saúde Pública, como alimentação, vacinação e cuidados com a higiene e, em seguida, a redução foi menos acentuada, pois as ações necessárias para solucionar os demais problemas são mais difíceis, pois são ações complexas como, seca e desenvolvimento social, estrutura de rede de esgotos, tratamento de água e ações médicas permanentes.
Portanto, a queda da mortalidade infantil no Nordeste e, conseqüentemente, no Brasil,  é o resultado de ações fundamentais de Saúde Pública.
Os fatores identificados como influenciadores da Mortalidade Infantil foram amenizados nessa década, de forma evolutiva, do mais básico para o mais complexo. Por meio da revisão realizada, pôde-se verificar o quanto o trabalho em conjunto de organizações governamentais e não governamentais foi efetivo no combate à Mortalidade Infantil. Isso foi possível devido ao cumprimento da maioria das metas traçadas pelo atual governo e a iniciativa das ONGs, promovendo mutirões para tornar acessível as informações necessárias para a melhoria da qualidade de vida, nos locais mais distantes.
Entretanto, os problemas de ordem geográfica, que são mais difíceis de serem findos, por estarem relacionados ao poder monetário disponível, estão pendentes em algumas regiões.
Com exceção do Nordeste, as demais regiões brasileiras tiveram uma redução da Mortalidade Infantil superior a 15 %, mas a maior taxa encontrada refere-se à região Nordeste, que, apesar de ter reduzido em 41%, ainda se mantém em 1º lugar no Brasil. Correspondendo a expectativa, constata-se que o Ceará obteve uma redução de 51% do seu índice, porém o ideal não foi alcançado, devido à sua estatística ainda ser muito alta.
A primeira causa de morte das crianças menores de um ano são as afecções originadas no período perinatal, em que se pode observar a importância dos programas materno infantil e dos "Agentes de Saúde", que, como um todo, consistem em dar assistência à gestante e à criança, antes mesmo de nascer.
Apesar de todas as melhoras conseguidas nesses últimos anos, em que o Brasil reduziu significativamente a sua taxa de Mortalidade Infantil em 33%, salvando inúmeras crianças. Todavia, a colocação do Brasil é a 105º no ranking mundial, sendo pior do que a de países menos desenvolvidos, como o México, a Colômbia, o Paraguai, o Chile e o Uruguai. Inevitavelmente, a situação atual do Brasil é um motivo de comemoração, mas nada garante que estes resultados melhorem ou se mantenham no futuro. Para que isso aconteça, há que se ter muito mais solidariedade, voluntarismo e continuidade do trabalho governamental.
Recentemente, tem havido uma preocupação com grupos populacionais que estariam mais vulneráveis a determinados agravos, como é o caso dos adolescentes. A esse respeito, o Ministério da Saúde tem identificado o grupo de adolescentes como prioritário, sob o ponto de vista da saúde pública, inclusive com a implantação de programas específicos. Em âmbito nacional, o Programa de Saúde do Adolescente (PROSAD) foi oficializado no Brasil em 1988, tendo por finalidade acompanhar o crescimento e o desenvolvimento, a sexualidade, a saúde bucal, a saúde mental, a saúde reprodutiva, a prevenção de acidentes, violência e maus tratos, o trabalho, a cultura, o esporte e o lazer.
 A adolescência é uma fase de transição gradual entre a infância e o estado adulto, que se caracteriza por profundas transformações somáticas, psicológicas e sociais, sendo um processo dinâmico, com implicações no passado e reflexos no futuro.
As características da adolescência, dentro de um processo evolutivo dinâmico de maturação biopsicossocial, fazem com que os problemas de saúde dessa fase sejam importantes fatores do desempenho do indivíduo como adulto. Os adolescentes diferem das crianças e dos adultos em relação a certos distúrbios de saúde, que demandam a necessidade de uma abordagem peculiar. A adolescência abrange um contingente numérico importante, correspondendo a 22% da população total brasileira na faixa de 10 a 19 anos de idade.
O ambiente de vida, principalmente o nível socioeconômico, é notável determinante do crescimento e do desenvolvimento do adolescente, na medida em que proporcionará ou não o preenchimento de necessidades de saúde (alimentação, higiene, estimulação, proteção contra agravos, etc.). Ao chegar à adolescência, o indivíduo traz consigo os efeitos de uma interação herança-ambiente anterior, presente desde o momento da concepção e que, se tiver sido desfavorável, poderá não permitir o pleno desenvolvimento de seus potenciais (COLLI, 1994).
O processo de crescimento e desenvolvimento físico na adolescência ocorre em diversos setores do organismo, em diferentes momentos e com intensidade e duração variáveis. Está ainda intimamente relacionado com as transformações psicológicas e sociais dessa fase, culminando no estabelecimento de um corpo adulto dotado de plena função reprodutora e de uma identidade psicossocial. Ressalta-se a importância da visão abrangente do adolescente como um conjunto biopsicossocial indivisível.
No Brasil, a PNSN (Pesquisa Nacional de Saúde e Nutrição), em 1989, mostrou que nos adolescentes a prevalência de sobrepeso é importante, sendo que meninas moradoras na região Sul do País e com renda familiar per capita acima de 2,2 salários mínimos apresentavam Índice de Massa Corpora (IMC) maior do que as meninas americanas avaliadas pelo NHANES (Second National Health and Nutrition Examination Survey).
A atividade física é um importante determinante das características físicas dos adolescentes. Dietz sustenta que a obesidade em adolescentes resulta do desequilíbrio entre atividade reduzida e excesso de consumo de alimentos densamente calóricos, tendo mostrado que o número de horas que um adolescente passa assistindo televisão é um importante fator associado à obesidade, acarretando um aumento de 2% na prevalência da obesidade para cada hora adicional de televisão em jovens de 12 a 17 anos.
O hábito de omitir refeições, especialmente o desjejum, juntamente com o consumo de refeições rápidas, fazem parte do estilo de vida dos adolescentes, sendo considerados comportamentos importantes que podem contribuir para o desenvolvimento da obesidade. O consumo alimentar como um todo não tem sido consistentemente associado ao estado nutricional.
A Organização Mundial de Saúde (1977) define a adolescência como o período que vai dos 10 a 19 anos de idade.
·         fase 1: dos 10 aos 14 anos, quando ocorre o início das mudanças puberais;
·         fase 2: mudanças morfológicas, que vai dos 15 aos 19 anos, ocasião em que ocorre o término da fase de crescimento e de desenvolvimento.
Síntese e secreção de hormônios sexuais são responsáveis por diferenças nas características dos adolescentes de sexo masculino e feminino. A testosterona é responsável pelas principais características masculinas, enquanto que a progesterona e o estrógeno (principalmente), pelas características femininas (ALBANO, 2000).
Em adolescentes do sexo masculino, o estirão puberal (pico de crescimento) ocorre entre 12 e 15 anos, e com maior intensidade quando comparado às meninas, justificando sua maior estatura final; fato semelhante também ocorre com o peso. Já no sexo feminino, o estirão acontece por volta dos 10 e 13 anos, período em que também se observa o aparecimento das primeiras características sexuais secundárias. A menarca vem acompanhada de desaceleração na velocidade de crescimento, no aumento acentuado de tecido adiposo subcutâneo (enquanto no sexo masculino há aumento da massa magra e massa esquelética e celular).
É importante destacar todas essas peculiaridades da adolescência, pois elas são responsáveis por diferentes padrões físicos e comportamentais que exercem papel fundamental no momento da avaliação nutricional desses indivíduos.
Os requerimentos nutricionais são mais diretamente afetados pela taxa de crescimento do que pela idade cronológica, sendo maiores na fase entre os 11 e os 14 anos de idade, durante o auge do crescimento, e diminuindo gradativamente, conforme se chega aos 18 anos.
Durante o período de crescimento rápido, o adolescente ganha cerca de 15% da estatura e quase a metade do peso do adulto. Tal aumento se refere tanto à massa corporal não gordurosa como aos depósitos de gordura. No sexo masculino, a massa muscular cresce de maneira desproporcional, resultando em maior porcentagem de massa magra, em comparação com o sexo feminino. As meninas apresentam uma maior porcentagem de gordura corporal em relação aos meninos.
O valor calórico total deve ser distribuído da seguinte forma: 10 a 15% de proteínas, 30% de gorduras e 55 a 60% de carboidratos. O consumo máximo de colesterol deve ser mantido em 300mg diários, e o total ingerido de gorduras saturadas não deve ultrapassar de 10% do valor calórico da dieta.  Requerimentos de cálcio do adolescente são maiores devido ao desenvolvimento muscular, esquelético e endócrino acelerados. Um rapaz ou uma menina que cresce rapidamente necessitará de 1 litro de leite ou equivalente por dia para satisfazer sua necessidade de cálcio. O leite desnatado pode ser usado para diminuir a ingestão de gorduras, sobretudo nos casos de excesso de peso. O aumento do consumo de leite e derivados fornecerá também proteínas de alta qualidade, mas será necessário o consumo adicional de outras fontes de proteínas, como carnes, ovos e leguminosas.
Os adolescentes têm grande necessidade de ferro; para os meninos porque a formação muscular é acompanhada por um maior volume sangüíneo; para as meninas porque perderão sangue mensalmente desde o início da menstruação. Uma quantidade de alimentos ricos em ferro, como carnes magras, fígado, ovos, leguminosas, vegetais folhosos verdes, pães enriquecidos e cereais integrais, devem ser incluídos na dieta. O zinco é reconhecido atualmente como essencial para o crescimento e maturação sexual do adolescente. Consideradas estas ingestões adicionais e seguindo o esquema da pirâmide alimentar, as necessidades fisiológicas desse período de crescimento serão supridas.
São aconselhados exames laboratoriais periódicos para se analisar estoques de ferro, lipídeos (gorduras) e verificar a presença de doenças. O adolescente também deve ser avaliado constantemente pelo médico e pelo nutricionista, que analisarão os seus dados clínicos, a sua evolução de crescimento, as suas porcentagens de gordura e massa magra, além de analisar a sua ingestão alimentar habitual.
É uma fase que envolve transformações físicas, psíquicas e sociais, as quais podem se manifestar de maneira e em períodos diferentes para cada indivíduo. Estas transformações têm efeito sobre o comportamento alimentar do adolescente, que tende a viver o momento atual, não dando importância às conseqüências de seus hábitos alimentares, que muitas vezes podem ser prejudiciais para a sua saúde.
Sabe-se que hábitos alimentares inadequados, principalmente na infância e na adolescência, podem ser fatores de risco para a presença de doenças crônicas, tanto na vida atual como futura. O número de adolescentes com sobrepeso e obesidade tem aumentado em proporções significativas nas últimas décadas, constituindo um importante fator de preocupação na área de saúde pública, pois estes distúrbios nutricionais, já em idades precoces, estão geralmente associados ao aparecimento e desenvolvimento de fatores de risco, que podem predispor os adultos à maior incidência de distúrbios metabólicos e funcionais.
A obesidade na adolescência está associada a vários problemas, sendo mais prevalecentes as conseqüências deletérias na área psicossocial e a persistência da obesidade na idade adulta, acompanhada de suas morbidades. Alguns estudos revelam que 50% das crianças obesas aos 6 meses de vida e 80% daquelas aos 5 anos serão sempre obesas. Um adolescente obeso tem mais de 70% de chance de vir a ser um adulto obeso.
No Brasil, onde a obesidade está aumentando em todas as faixas etárias, tem-se, por outro lado, constatado a diminuição da subnutrição, caracterizada por baixo peso, pequena altura das crianças e baixa estatura dos adultos. Em 1975 havia, no Brasil, um pouco mais de 8% de crianças e adolescentes subnutridos e cerca de metade, 4%, de obesos. Esse quadro se inverteu e atualmente os dados apontam para 9% de obesidade e só 3% de subnutridos Quanto à prevalência de obesidade e sobrepeso na adolescência, alguns estudos populacionais revelam o seguinte:
·         Belo Horizonte 1993 - 7,8% de adolescentes obesos ou com sobrepeso;
·         Belo Horizonte 1998 - 8,5% de adolescentes obesos ou com sobrepeso;
·         Curitiba 1996 - 15,6% de adolescentes obesos ou com sobrepeso;
·         Rio de Janeiro 1999 - 12,2% de adolescentes obesos ou com sobrepeso;
·         Florianópolis 1999 - 22,3 % de adolescentes obesos ou com sobrepeso.
Artigo recentemente publicado no International Journal of Obesity, por Neutzling e colaboradores, descreve a prevalência de sobrepeso e da obesidade em adolescentes brasileiros (média de 7,7%) a partir de uma subdivisão da Pesquisa Nacional sobre Saúde e Nutrição (PNSN), com uma amostra de 13.715 indivíduos. Na tabela, são apresentados dados resumidos com variáveis demográficas e socioeconômicas.
O Jornal de Pediatria, órgão oficial de divulgação científica da Sociedade Brasileira de Pediatria, no volume 76, de dezembro de 2000, declara que a obesidade vem aumentando de forma assustadora em todo o mundo. Para isso concorrem múltiplos fatores. O desmame precoce, que favorece a introdução de farináceos à alimentação do lactente; a vida sedentária entre jovens, em razão, sobretudo, dos programas de televisão, o consumo de "fast-food" com alto valor calórico, como sanduíches, pizzas, molhos e refrigerantes; problemas emocionais (tão freqüentes na adolescência). Todos são fatores importantes, dependentes do ambiente em que a criança e o adolescente vivem e que vêm se somar ao mais importante de todos: a freqüência de obesidade entre os familiares (LAMOUNIER, 2000).
O estilo de vida atual, estresse, alimentação rica em gordura e pobre em fibras, violência na rua, televisão e videogames em casa: esses são alguns dos fatores que estão transformando a obesidade infantil numa verdadeira epidemia.
Nem todos os adultos obesos foram crianças obesas, mas como de 70% a 80% dos adolescentes obesos virão a ser adultos gordos, chegar à adolescência livre da obesidade já é um grande passo para permanecer magro durante os próximos anos (VIUNISKI, 2000). Existe a preocupação com o adolescente obeso, pois esse apresenta maior risco de se tornar um adulto obeso e com, problemas de saúde.
A Secretaria de Saúde do Distrito Federal tem o programa materno-infantil e o programa para adolescentes, com seus problemas próprios e, especialmente, a adolescente gestante.
Atualmente, a obesidade está sendo considerado um maior problema de saúde pública, sendo que grande parte da população obesa tem a infância como uma de suas principais vias. No Brasil, os últimos dados nacionais são da Pesquisa Nacional sobre Saúde e Nutrição de 1989, na qual se observou que a prevalência de obesidade em crianças e adolescentes era de 7,8% e 7,6%, respectivamente
As fundamentais de saúde pública tem nos seus programas orientações para o tratamento, tanto da obesidade na adolescência como da anorexia, que é difícil, lenta e necessita de firmeza e determinação de uma equipe multiprofissional e de uma indispensável participação da família. Como sempre, em questões de saúde, tanto mais precoce for o diagnóstico, melhor será o resultado, com uma atuação preventiva, reduzindo os fatores de risco que conduzem a essas enfermidades.
Baseados em publicação oficial sobre mortalidade no Brasil e nos dados do Censo Demográfico (1980), foi estudada a mortalidade na faixa etária de 10 a 19 anos. Apesar da mortalidade de adolescentes ser baixa, no seu conjunto, importantes causas de mortalidade foram analisadas.
As principais causas de óbito por complicações da gravidez, parto e puerpério foram os estados hipertensivos, as infecções puerperais, as hemorragias e os abortos, os acidentes de carro e os suicídios.
Decidiu-se estudar as taxas de prevalência de consumo de substâncias psicoativas de uso lícito, sua distribuição por idade, sexo e a idade da primeira experiência com essas substâncias, entre adolescentes escolares.
Da amostra, 88,9% ingeriram bebidas alcoólicas alguma vez na vida; 37,7% utilizaram o tabaco; 31,1% os solventes; 10,5% os medicamentos; 6,8% a maconha, 2,7% a cocaína; 1,6% os alucinógenos e 0,3% consumiram alguma substância à base de opiácios. As taxas de consumo cresceram com a idade, para todas as substâncias; no entanto, o uso de tabaco e de substâncias ilícitas mostrou uma desaceleração nos anos que compreendem o final da adolescência. Verificou-se que os meninos consumiram mais do que as meninas, exceto para os medicamentos, com as meninas consumindo barbitúricos.
Os esteróides anabólico-androgênicos (EAA) são um grupo de compostos naturais e sintéticos formados pela testosterona e seus derivados.
O uso de anabolizantes, em particular, tem crescido muito nos últimos anos, a ponto de se encontrar, mesmo no Brasil, atletas que defendem quase publicamente seu uso, técnicos que os incentivam, médicos que os acompanham e dirigentes que se encarregam de seu fornecimento.
É particularmente perturbador o aumento da freqüência do seu uso entre os adolescentes, conforme detectado em estudos internacionais. No Brasil, no Serviço de Informação de Substâncias Psicoativas (SISP), o número de solicitações de informações sobre os EAA vem crescendo gradativamente, pois o uso indevido tem sido encontrado entre freqüentadores de academia de musculação, atletas de halterofilismo, pessoas de baixa estatura, na tentativa de melhorar a aparência, ou com o fim de melhorar a performance sexual, ou simplesmente para diversão.
No Brasil, a preocupação não é tanta com os atletas, mas para com aquele jovem adolescente, que, no seu imediatismo, quer ganhar massa e músculos rapidamente, um corpo atlético em curto prazo, entregando-se aos anabolizantes, muitas vezes receitados por instrutores e professores de educação física, sem nenhum conhecimento na área, que indicam e vendem essas drogas, que podem ser compradas em farmácias, sem exigência de receita médica, apesar da tarja vermelha "venda sob prescrição médica".
No Brasil, a facilidade de obtenção dos anabolizantes favoreceu a sua disseminação junto aos atletas e não atletas. A grande "atração" para o consumo destas drogas ocorre porque seus efeitos são visíveis (para os que se preocupam com a aparência física) e relativamente duradouros, até nove meses após o término da ingestão. Estas duas características, somadas ao apelo à aparência física, em nossa sociedade, levaram o consumo de esteróides a uma faixa etária problemática: a pré-adolescência e a adolescência.
No adolescente, ocorre a maturação esquelética precoce, com o fechamento prematuro das epífises ósseas, com baixa estatura e puberdade acelerada, levando a um crescimento raquítico, acne, calvície precoce, policitemia, exacerbação da apnéia do sono, etc.
Foi feito um estudo publicado na revista de Saúde Pública para avaliar a qualidade técnico-científica do atendimento oferecido a adolescentes, gestantes adolescentes e seus filhos, por um serviço de saúde. Métodos: Os dados para caracterização da clientela e dos critérios do atendimento de saúde foram coletados de 360 prontuários e comparados com os padrões da Organização Panamericana da Saúde,  da Organização Mundial da Saúde e do Ministério da Saúde. Os resultados foram satisfatórios: no atendimento de adolescentes, na avaliação antropométrica e de maturação sexual; no pré-natal, o intervalo entre consultas, os registros de peso e de pressão arterial e as condutas nas intercorrências .
O tipo de avaliação adotado é de fácil execução, permite avaliar a qualidade do atendimento prestado e possibilita o redirecionamento de atividades e condutas clínicas, no sentido de oferecer uma atenção à saúde mais qualificada e voltada para as necessidades e demandas da população (Revista de Saúde Pública, 1998).
O nutricionista, sendo um profissional da saúde, exerce um papel fundamental no atendimento ambulatorial, orientando a população em relação aos bons hábitos alimentares e prescrevendo dietas e cardápios adequados para a manutenção da saúde e/ou prevenção de doenças.
O programa de assistência nutricional em ambulatórios e centros de saúde tem os seguintes objetivos: avaliar o estado nutricional da população atendida nos ambulatórios e que apresentam distúrbios nutricionais, ou excessos nutricionais; avaliação da condição de saúde da comunidade, para intervenção nutricional adequada e contínua; fazer orientação nutricional para crianças, adolescentes, adultos, gestantes e idosos em relação à nutrição adequada para a manutenção e promoção da saúde e prevenção de doenças; realizar a triagem e o acompanhamento de crianças, adolescentes, adultos e idosos incluídos no Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN).
A má nutrição na infância é a maior causa de doenças cardíacas e hipertensão em adolescentes e adultos de baixa renda. Estudo da Unifesp comprovou ser maior a ocorrência de hipertensão entre adolescentes que foram mal-alimentados nos primeiros seis anos de vida. A manifestação do problema é precoce. Entre as crianças analisadas, 7, ou cerca de 13% delas, tinham sintomas de hipertensão. De acordo com o estudo, os números de referência da população nessa faixa de idade deveriam ser de 5%. Em média, a doença se manifestou naquelas crianças quando tinham 13 anos, mas houve casos que, aos 11 anos, algumas crianças já apresentavam o problema.
Com base em estudos epidemiológicos, as crianças foram medidas e constatou-se serem, em média, 7 centímetros mais baixas que os padrões adotados pela Organização Mundial de Saúde. Não se entende a desnutrição como baixo peso e sim como baixa estatura, o que indica que em algum momento da vida a pessoa esteve desnutrida. A relação deve ser feita entre idade e altura e não entre idade e peso. Os programas de recuperação da desnutrição devem se basear no aumento da estatura, já que o peso mede uma situação de momento e não a história nutricional da pessoa.
O maior problema na alimentação da população carente é, além da falta de alimentos, a ausência de aminoácidos, presentes principalmente na carne e no feijão. As conseqüências da desnutrição podem incluir, além da hipertensão, outras doenças coronarianas e o diabetes.
Atualmente, já se descreve o que poderia ser chamado de comportamento de risco para desenvolver um distúrbio alimentar. Em geral, os pacientes bulímicos ou anoréticos, muito antes da doença estabelecida, já apresentavam alguma alteração emocional e de comportamento. Emocionalmente, esses pacientes de risco apresentavam alguma crítica constante a alguma parte do corpo, insatisfação com o peso, enfim, alguma alteração na percepção corporal (dismorfia), com diminuição gradativa de suas atividades sociais. Comportamentalmente apresentam o hábito de fazer dieta mesmo quando o peso está proporcional à estatura e, mesmo ao perderem peso, continuavam com a dieta, achando-se gordas.
É importante lembrar que todas essas modalidades de comportamento são de avaliação muito difícil, quando se trata de adolescente, visto que nessa faixa etária, o isolamento, os problemas de relacionamento, a preocupação e a vergonha com o corpo, a distorção da auto-imagem, o aumento do apetite, os modismos alimentares, etc. são característicos e esperados, fazendo parte da chamada Síndrome da Adolescência Normal.
Sabe-se que para se desenvolver a Anorexia Nervosa e a Bulimia é necessário que o paciente experimente antes a Dismorfia Corporal. A característica essencial da Dismorfia Corporal é uma preocupação com algum aspecto na aparência, sendo este aspecto obsessivamente imaginado ou, se realmente houver algo presente, a preocupação sobre isso é acentuadamente excessiva e desproporcional. Essa preocupação exagerada causa sofrimento significativo ou prejuízo no funcionamento sócio-ocupacional.
O tema tem sido predominantemente tratado em assuntos da adolescência, porque se estima que 50% dos casos de Bulimia Nervosa ocorrem antes dos 18 anos, porém como seu diagnóstico não tem sido fácil nessa faixa etária, tem-se a impressão de que sua incidência seja maior, acima dessa idade.
A média de idade do início da Bulimia Nervosa foi de 16,3 anos, variando de 13 a 19 ano. Sua principal característica é o episódio de comer – compulsivo (binge-eating) e esse comportamento é caracterizado por ingestão de alimentos muito calóricos, de forma compulsiva, até o limite da capacidade gástrica e num espaço de tempo inferior a duas horas.  Em 30% dos casos de Bulimia há provocação de vômitos. Alguns usam diuréticos ou laxativos e uma porcentagem pequena usa medicação indicada para hipotireoidismo. Esses episódios ocorrem com freqüência de até três vezes por semana. Os pacientes bulímicos estão sujeitos a grande variação de peso, com ganhos e perdas freqüentes.
Segundo o último censo, o diabetes atinge 7,6% da população brasileira, sendo que 9,6% concentra-se em grandes centros populacionais. O mais grave é que mais da metade desconhece ser portadora da doença e quando descobre é por intermédio de alguma seqüela provocada ao longo do tempo como cegueira, problemas cardiovascular e renal, neuropatia, impotência, úlcera nas pernas e até amputações dos membros inferiores.
Com a precariedade do sistema de saúde no Brasil, a associação passa a exercer o papel social do Estado, também organizando campanhas de detecção junto à população, propagando a educação em diabetes (controle), para evitar as seqüelas da doença, promovendo cursos de reciclagem para profissionais de saúde, entre outras atividades.
O diabetes não tem cura, mas as estatísticas comprovam que quando tratado e controlado adequadamente, com o apoio de uma equipe multiprofissional, traduz-se em qualidade de vida e redução nos custos médico-hospitalares, deixando de provocar a invalidez precoce do individuo. Os programas de diabetes orientam o seguinte:
·         praticar atividade física;
·         comer macarrão, pães, arroz, biscoitos e dar preferência aos produtos integrais e certificar-se de que não tenham sacarose na fórmula (é bom prestar atenção aos rótulos);
·         incluir também na dieta verduras e legumes, frutas, principalmente as vermelhas; o brócolis faz aumentar a produção de insulina; leguminosas, como feijão, grão de bico, lentilha, ervilha, peixes e aves; é bom evitar a carne vermelha, sempre mais gordurosa.


Melhoria da saúde e das condições de vida de uma comunidade com diminuição da mortalidade em geral, principalmente da infantil, o aumento da esperança de vida da população, a  diminuição da incidência de doenças relacionadas com a ausência de ações fundamentais de saúde pública pode ser alterada com a  implantação de hábitos de higiene na população;  facilidade na implantação e melhoria da limpeza urbana;  facilidade na implantação e melhoria dos sistemas de esgotos sanitários,  possibilidade de proporcionar conforto e bem-estar, melhoria das condições de segurança, aumento da vida produtiva dos indivíduos economicamente ativos, diminuição dos gastos particulares e públicos com consultas e internações, facilidade para a instalação de industrias, onde a água é importante; incentivo à indústria em localidades com potencialidade para o seu desenvolvimento e a geração de emprego com estímulo à cidadania e à qualidade de vida.


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