MARLEY MENDONÇA ALVES

sábado, 14 de março de 2015

PALESTRA DO Prof.Dr MARLEY MENDONÇA SOBRE POLITICAS DE EDUCAÇÃO VISTO, OUVIDO E LIDO

RESUMO
Não é necessário buscar respostas ou conceitos para a filosofia, mas mostrar as questões filosóficas, políticas e sociais da Saúde Publica no Distrito Federal, as quais são tarefas governamentais e não-governamentais. A Saúde Pública no Distrito Federal é um modelo interessante no contexto político brasileiro e a discussão sobre este modelo coloca em evidência as políticas neoliberal e progressista. Vem à luz a filosofia educacional da Saúde Publica de diferentes caminhos políticos e a resposta social. Este trabalho visa encontrar respostas do que se pode fazer por meio da filosofia e das políticas voltadas para as necessidades humanas, todavia não se apontarão as resoluções dos problemas levantados. A pesquisa bibliográfica caminha por diferentes idéias, deixando a imaginação e os pensamentos tomarem corpo e conclusão de programas  de Saúde Publica e atos voltadas para o bem-comum.


















A filosofia possui diferentes conceituações desde o seu aparecimento, há 2600 anos. A filosofia vem sendo indagada e definida de diferentes formas e em diferentes épocas. Ela é múltipla, controversa e inquieta; não cabe em um ponto final, apontando para aquilo que a faz possível: o pensamento.
O pensamento confere à vida qualquer atividade filosófica. Pensar para a resolução de problemas torna-se evasivo, diante da situação quando não se encontra a solução. Filosofar, antes de tudo, é um ato de reflexão.
Pensamentos estruturados são mais bem aproveitados se relacionados às experiências oriundas de situações que exigem raciocínio lógico.
Amigos da sabedoria, assim eram conhecidos os filósofos na Antigüidade. Foram os primeiros educadores e a preocupação era cultivar a excelência do pensar.
Segundo Aristóteles, os anciões mantinham os conhecimentos, pois a eles era devotado o respeito pelos anos e anos vividos, cujas experiências adquiridas eram repassadas para os mais novos. 
Os pensadores gregos como Sócrates, Platão e Hipócrates, entre outros, deixaram um legado muito importante na arte de pensar. A abordagem dos pensamentos lógicos advém da explicação e compreensão do sentido das coisas e de todos os objetos da experiência.
Para a experiência do pensar, mais importante do que o conteúdo do pensar é a relação que se estabelece com este conteúdo. Esta relação não se caracteriza pela apropriação, mas pela possibilidade de formação e transformação do que se é        (LARROSA, 1996). A filosofia enquanto experiência atravessa a vida de quem a pratica, transformando-a, abrindo o pensar a si mesmo e, assim, ao novo (KOHAN, 2000). A experiência do pensar filosófico tem sempre, portanto, uma dimensão de incerteza: provoca a abertura ao desconhecido.
Atualmente, a Filosofia soma um acúmulo de reflexões sobre os fundamentos da investigação, do raciocínio, dos conceitos, das questões éticas, estéticas, sociais e políticas. Essa fonte de reflexão deu origem a inúmeras ciências e continuam atuantes nelas por meio da filosofia das ciências, bem como propondo novos paradigmas para se pensar a realidade. 
A filosofia da educação tem ainda outro enfoque: o epistemológico, ou seja, instaurar discussões sobre questões que envolvam os processos de produção, sistematização e transmissão dos conhecimentos presentes no processo específico da educação.


Ao se pretender investigar a Saúde Publica pela via filosófica, é necessário, primeiramente, que este caminho seja familiar ao pesquisador, enquadrando-se nos limites de sua experiência. Sem prévia noção da Filosofia Geral, por seus métodos e funções, não é possível alcançar, pela compreensão, a Filosofia Sanitarista, pois enquanto aquela é gênero, esta é espécie, e tudo quanto se predica à primeira, está-se, igualmente, predicando à segunda. A cultura da Filosofia Sanitarista brasileira somente prospera no espírito afeito à reflexão e aberta aos grandes temas que envolvem a natureza e o homem.
Se for verdade que a condição de filósofo não se adquire por título universitário, mas pela constância do pensamento dialético, também é certo que somente atinge a situação do filósofo sanitarista o profissional que exercita, como hábito, a atitude filosófica. É que a cultura superior da saúde pública não se forma com o simples acúmulo de informações que os tratados apresentam; ela é, ao mesmo tempo, saber sanitário organizado e aptidão para alcançar a verdade.
O acervo de conhecimento da Filosofia como visão universal da realidade e da saúde pública inscreve-se no quadro de uma ontologia regional. Um sistema filosófico, para ser abrangente, há de se considerar temas de natureza humana básicos, como o os problemas de convivência, habitação, etc. Assim, consagrados filósofos, como Platão, Aristóteles, Tomas de Aquino, Kant e Hegel, trouxeram valiosas contribuições à filosofia de convivência humana e à sua natureza.

2.1 Graus do Conhecimento
A priori, é fundamental a formação da cultura e da aptidão que o homem possui de conhecer e que o exerce por meio da discriminação da faculdade de distinguir e relacionar as coisas. Estas podem ser assimiladas pela mente, em processo de cognição, por seus traços mais elementares de entendimento, por seus caracteres gerais ou ainda por seus fundamentos e implicações com outros objetos e fenômenos.  O saber comporta, pois, diversos níveis, os quais variam conforme o grau de relação que se faz entre o objeto do conhecimento e outros fenômenos.
O conhecimento vulgar, ou simples ato de viver, proporciona ao homem algumas noções fundamentais sobre as coisas. Ao verificar os fatos da natureza e os atos humanos, ao conviver ou utilizar-se dos meios de comunicação, ele recebe um complexo de informações ligados às múltiplas áreas do saber.
O conhecimento científico, ou mais amplo que o saber vulgar e menos abrangente que o filosófico, consiste na apreensão mental das coisas por suas causas ou razoes, por intermédio de métodos especiais de investigação. Ele se ocupa de acontecimentos, isolados, mas supõe a visão ampla de uma determinada área do saber e, ao contrário do conhecimento vulgar, é reflexivo.
O conhecimento filosófico representa um grau a mais em abstração e generalidade. O espírito humano não se satisfaz, em um plano de existência, com as explicações parciais dadas pelas diversas ciências isoladas. Os fenômenos científicos não se dispõem em compartimentos incomunicáveis, estranhos entre si, e por isso o homem quer descobrir a harmonia, a concatenação lógica, os nexos de adaptação e de complementação que governam a trama do real. Visando estabelecer princípios e conclusões, ele toma por base de análise a universalidade dos fatos e dos fenômenos e, com fundamental importância, a  própria vida humana. Este objetivo é alcançado por intermédio do saber filosófico.


Segundo Warburton (1998), ao explicar o que é filosofia, este diz que é uma questão notoriamente difícil. Uma das formas mais fáceis de responder é dizer que a filosofia é aquilo que os filósofos fazem, indicando, de seguida, os textos de Platão, Aristóteles, Descartes, Hume, Kant, Russell, Wittgenstein, Sartre e outros filósofos famosos. Contudo, é improvável que esta resposta possa ser realmente útil se o leitor começou agora o seu estudo da filosofia, uma vez que, nesse caso, não terá provavelmente lido nada desses autores. Mas mesmo que já tenha lido alguma coisa, pode mesmo assim ser difícil dizer o que eles têm em comum, se é que existe realmente uma característica relevante partilhada por todos. Outra forma de abordar a questão é indicar que a palavra “filosofia” deriva da palavra grega que significa “amor da sabedoria”. Contudo, isso é muito vago e ainda ajuda menos do que dizer apenas que a filosofia é aquilo que os filósofos fazem.       
Precisa-se, por isso, de alguns comentários gerais sobre o que seja a filosofia. Ela é uma atividade: é uma forma de pensar acerca de certas questões. A sua característica mais marcante é o uso de argumentos lógicos. A atividade dos filósofos é, tipicamente, argumentativa: ou inventam argumentos, ou criticam os argumentos de outras pessoas, ou fazem as duas coisas. Os filósofos também analisam e clarificam conceitos. A palavra “filosofia” é muitas vezes usada em um sentido muito mais lato do que este, para referir uma perspectiva geral da vida ou para referir algumas formas de misticismo. O objetivo é lançar alguma luz sobre algumas áreas centrais de discussão da tradição, que começou com os gregos antigos e que prosperou no século XX, sobretudo na Europa e na América.
Desde os tempos de Sócrates, época em que surgiram muitos filósofos importantes, a história da filosofia é, em si mesma, um assunto fascinante e importante; muitos textos filosóficos clássicos são também grandes obras de literatura: os Diálogos socráticos de Platão, as Meditações de Descartes, a Investigação sobre o Entendimento Humano de David Hume e Assim Falava Zaratustra, de Nietzsche, para citar alguns magníficos exemplos de boa prosa, sejam quais forem os padrões que se use.
A busca da verdade e da contemplação da realidade: eis aí o objetivo do filósofo. Ademais, aqueles que, em nome de um ideal, não classificaram todos os prazeres como idênticos em seu valor, tendo chegado a experimentar o prazer de filosofar, consideraram essa experiência como superior, em qualidade, a qualquer outra.
A filosofia tem exercido uma admirável influência indireta até mesmo sobre a vida de gente que nunca ouviu falar nela. Indiretamente, tem sido destilada por meio de sermões, da literatura, dos jornais e da tradição oral, afetando, assim, toda a perspectiva geral do mundo. Em grande parte, foi por meio de sua influência que se fez da religião cristã o que ela é hoje. Deve-se, originariamente, a filósofos as idéias que desempenharam papel fundamental para o pensamento em geral, mesmo em seu aspecto popular como, por exemplo, a concepção de que nenhum homem pode ser tratado apenas como um meio ou a de que o estabelecimento de um governo depende do consentimento dos governados. No âmbito da política, a influência das concepções filosóficas tem sido expressiva.
Nesse sentido, a Constituição norte-americana é, em grande parte, uma aplicação das idéias do filósofo John Locke; ela apenas substitui o monarca hereditário por um presidente. Similarmente, admite-se que as idéias de Rousseau tenham sido decisivas para a Revolução Francesa de 1789. É inegável que a influência da filosofia sobre a política pode às vezes ser nefasta: os filósofos alemães do século XIX podem ser parcialmente responsabilizados pelo desenvolvimento de um nacionalismo exacerbado que, posteriormente, veio a assumir formas bastante deturpadas. Entretanto, não resta dúvida de que essa responsabilidade tem sido freqüentemente muito exagerada, sendo difícil determiná-la exatamente, o que se deve ao fato de terem aqueles filósofos sido obscuros.
Contudo, se uma filosofia de má qualidade pode exercer influência nefasta sobre a política, com as filosofias de boa qualidade pode ocorrer o contrário. Não há meios de impedir tais influências, sendo, portanto, extremamente oportuno que se dedique especial atenção à filosofia, com o intuito de constatar se as concepções que exerceram alguma influência foram mais positivas do que nefastas. O mundo teria sido poupado de muitos horrores se os alemães tivessem sido influenciados por uma filosofia melhor que a dos nazistas.
Torna-se, portanto, imperativo abandonar a afirmação de que a filosofia é destituída de valor, mesmo com respeito à riqueza material. Uma boa filosofia, ao influenciar favoravelmente a política, pode gerar uma prosperidade incapaz de ser alcançada sob a égide de uma filosofia inferior. Outrossim, o expressivo desenvolvimento da ciência, com seus conseqüentes benefícios de ordem prática, muito dependem de seu fundamento filosófico. Houve mesmo quem a tenha chegado a afirmar. A própria perspectiva científica, em grande parte, foi introduzida inicialmente pelos filósofos.


3.2 A Filosofia e a Ciências
As grandes filosofias do passado consistiram parcialmente numa investigação dos conceitos fundamentais do pensamento, em tentativas de estabelecer fatos alegadamente distintos daqueles com os quais lidava a ciência, mediante métodos bastante diferentes dos científicos. Elas comumente foram influenciadas mais do que parece, pelo estado contemporâneo da ciência, mas, sem dúvida, seria muito enganador descrevê-las essencialmente como uma síntese dos resultados da ciência. Mesmo filósofos antimetafísicos, como Hume, estiveram mais voltados para os pressupostos da ciência do que para os seus resultados.
Tampouco deve-se admitir sem reservas, como uma verdade da filosofa, o resultado ou suposição científica válido em sua própria esfera. Sabe-se, por exemplo, que a física contemporânea parece ter mostrado que o tempo da física é inseparável do espaço, o que de modo algum autoriza a se renunciar esse resultado como um princípio filosófico pelo qual o tempo pressuporia o espaço. Pode ocorrer, pois, que o resultado em questão seja verdadeiro apenas com relação ao tempo da física, e isso apenas porque o tempo da física é medido em termos de espaço. Por conseguinte, não precisa ser verdadeiro com relação ao tempo da experiência própria, do qual o tempo da física é uma abstração ou construção. A ciência pode progredir por meio de ficções metodológicas usando termos, num sentido invulgar, que a filosofia tem de corrigir. O termo filosofia da ciência é usualmente aplicado ao ramo da lógica, que lida de maneira especializada com os métodos das diversas ciências.
A não ser quando se aplica à matemática, toda a ciência utiliza processos de generalização empírica, mas a filosofia reserva a tal método um lugar muito modesto. Por outro lado, a tentativa de assimilar a filosofia à matemática, embora muito freqüente, não tem sido bem-sucedida. Particularmente, parece humanamente impossível que os filósofos possam alcançar a certeza e a clareza que caracterizam a matemática.
Desse modo, é impossível encontrar uma analogia adequada entre os métodos da filosofia e os de qualquer outra ciência. É igualmente impossível definir de modo preciso qual é o método da filosofia, a não ser limitando de forma grotesca o seu objeto. A filosofia não emprega um método único, mas uma variedade de métodos que diferem de acordo com o objeto ao qual são aplicados. No passado, ela freqüentemente conduziu a uma limitação equivocada do escopo da filosofia, excluindo tudo aquilo que não se sujeitasse ao controle de determinado método escolhido como caracteristicamente filosófico.
 A filosofia requer grande variedade de métodos, pois deve abranger em sua interpretação todo tipo de experiência humana. Não obstante, ela está longe de ser meramente empírica, pois, tanto quanto possível, tem a tarefa de apresentar uma imagem coerente dessas experiências e a partir delas deduzir o que pode ser inferido de uma realidade distinta da experiência humana. No que se refere à teoria do conhecimento, deve a filosofia submeter a uma crítica construtiva todas as modalidades de pensamento; contudo, deve-se reservar um lugar nessa visão para qualquer modo de pensar que se apresente como auto justificado no que há de melhor nas reflexões comuns, e não filosóficas, e não rejeitá-lo por diferir dos outros. Os critérios filosóficos são, em linhas gerais, a coerência e a abrangência; o filósofo deve propor a apresentação de uma visão coerente e sistemática da experiência humana e do mundo, tão esclarecedora quanto o permita a natureza dos casos investigados, mas não deve buscar coerência à custa de rejeitar aquilo que de direito é conhecimento real ou crença justificada. Uma séria objeção a uma filosofia consiste na acusação de que ela sustenta algo em que não se pode acreditar na vida cotidiana. Essa objeção poderia ser feita a uma filosofia que logicamente conduzisse, como algumas, à conclusão de que não há um mundo físico, ou de que todas as crenças, científicas ou éticas, carecem de qualquer justificação.
Ao criar modelos de comportamento social, à luz dos valores de conservação, habitação, redes sanitárias de esgotos e regras para o bem-comum, a saúde pública torna possível a convivência e participa, por sua importância e como área definida do saber, na ordem geral das coisas. A sua compreensão precisa ser alcançada na visão universal dos fatos e dos fenômenos.
Há, pois, um papel relevante a ser cumprido pela filosofia na esfera sanitarista. Como produto da experiência, a Saúde Pública, em sua concreção fática, pode adotar diferentes ideologias e assumir variados modelos. Os diferentes projetos de Saúde Pública não são alheios às corrente de pensamento: pressupõe sempre uma opção ideológica, uma interpretação objetiva da realidade, tal a importância desse campo do pensamento, que não consegue chegar a um projeto sem a reflexão filosófica. O projeto de saúde publica, por influenciar a vida humana, deve ser estudado paralelamente à analise do homem, e as suas formulações devem desenvolver projetos homogêneos de existência.


A definição de educação, segundo os lingüistas brasileiros – “ação e efeito de educar, de desenvolver as faculdades físicas, intelectuais e morais da criança e em geral, do ser humano; disciplinamento, instrução, ensino” (Dicionário Escolar da Língua Portuguesa, MEC, 1976) –, é uma definição de Educação. Tem-se também a definição do Pequeno Dicionário Brasileiro de Língua Portuguesa (HOLLANDA, 1971), que assim diz:
“Ação exercida pelas gerações adultas sobre as gerações mais jovens para adaptá-las á vida social; trabalho sistematizado, seletivo, orientador, pelo   qual  nos ajustamos á vida de acordo com as necessidades idéias  e propósitos dominantes, ato ou efeito de educar; aperfeiçoamento integral de todas as faculdades  humanas, polidez, cortesia”.
 Segundo a legislação brasileira, no art. 1º da Lei nº 5.692, de 1º de agosto de 1971,  “o ensino de 1º e 2º grau tem por objetivo geral proporcionar ao educando a formação necessária ao desenvolvimento de suas potencialidades como elemento de auto-realização, preparação para o trabalho e para o exercício de consciente de cidadania”.
O ideal para a cultura grega é o saber que busca no homem livre o seu mais pleno desenvolvimento e uma plena participação na vida da “polis”, a qual se tinha em mente quando se pensava em educação. De tudo o que pode ser feito e transformado, nada é para o grego uma obra de arte tão perfeita quanto o homem educado. As “estruturas” da história ganham contornos mais claros de capacidade de mudança, (WILSON, 1998) considerada a estratégia, para a vida das pessoas e da sociedade, como conhecimento, segundo Sanders (1998). É importante, ademais, que a população possa acompanhar o processo da ciência, tanto para saber das novidades no mundo científico e tecnológico, quando para exercer o devido controle emocional e democrático.
Segundo Picard (1997), seguindo a tese que não se pode aprender sem envolvimento emocional, somente haverá aprendizagem quando se souber manejar a emoção.
Todavia, segundo Tapscott (1998), está-se aprendendo de verdade e abandonando o instrucionismo, usando as máquinas como instrumentação, sobretudo de acesso informático, construindo ambientes em rede, dotado de profundidade notória em termos de aprendizagem, porque exigem pesquisa e elaboração própria, encontrando no professor a orientação e a avaliação.
Os textos conceituais sobre educação não refletem a realidade educacional e política do Brasil.  O regime político e os modelos socioeconômicos impostos ao povo brasileiro produziram danos marcantes na qualidade do ensino das escolas.
Na década de 80, as crises econômicas trouxeram ao Brasil momentos de grande sofrimento para a educação brasileira. A política educacional e as redefinições do papel do Estado tiveram, nos anos 90, características peculiares a este período histórico, já que inúmeras têm sido as transformações na produção da vida material objetiva e subjetiva nesta fase particular do capitalismo, em função das mudanças que estão ocorrendo na esfera da produção, do mercado e do Estado. Esses são processos distintos, mas que fazem parte de um mesmo movimento histórico, em que o capitalismo, na tentativa de superar sua crise, estabeleceu como estratégias principais o neoliberalismo, a globalização e a reestruturação produtiva.
O conceito de Estado é o dos Estados históricos, concretos, de classe e, nesse sentido, Estado máximo para o capital, já que, no processo de correlação de forças em curso, é o capital que detém a hegemonia.
A premissa da redefinição do papel do Estado está baseada nos estudos de Chesnais (1996; 1987), Harvey (1989) e Mészáros (1981). 
Tavares (1993) dá mais alguns elementos do contexto da crise: as políticas de ajuste ocorridas na década de 80, depois da crise da dívida externa em 1982, fazem parte de um movimento de ajuste global que se inicia com a crise do padrão monetário internacional e os choques do petróleo da década de 70, ao lado do processo simultâneo de reordenamento das relações entre o centro hegemônico do capitalismo e os demais países do mundo capitalista. Passa também por uma derrota política do chamado socialismo real e desemboca numa generalização das políticas neoliberais em todos os países periféricos, começando pela América Latina, passando pela África e estendendo-se no Leste Europeu e nos países que surgiram com a desintegração da União Soviética, com a intensificação do controle de trabalho, assim como a aceleração do tempo de giro do capital e as fusões.
O capitalismo vive, nesse período, uma crise estrutural e, por isso, as contradições estão mais acirradas. Nesse contexto, verifica-se que a ofensiva neoliberal, a qual se caracteriza justamente como uma estratégia para superação desta crise. Utiliza-se, em larga escala, de uma ideologia para construir a ambiência cultural necessária para este período particular do capitalismo, camuflado de pós-capitalismo. A lógica do pensamento neoliberal está na tensão entre a liberdade individual e a democracia. Para Hayek (1984), a maximização da liberdade está em se proteger o sistema de mercado, necessário e suficiente para a existência da liberdade individual.
Assim, o mercado deve ser protegido contra o Estado e também da tirania das maiorias.  Para a teoria política neoliberal, o cidadão, por intermédio do voto, decide sobre bens que não são seus, gerando conflitos com os proprietários, pois este sistema consiste-se em uma forma de distribuição de renda.
Hayek (1984) denuncia que a democracia faz um verdadeiro saque à propriedade alheia. Portanto, como em muitos casos não se pode suprimir, totalmente, a democracia, o esforço se dá no sentido de esvaziar seu poder.
Para Buchanan, Mccormick & Tollison (1984), a democracia e as regulações sobre o Estado são prejudiciais ao livre andamento do mercado, por isso, é preciso estabelecer limites constitucionais contra as instituições democráticas vigentes. Por nova ambiência cultural entende-se a produção da subjetividade necessária ao novo período de acumulação; é a alteração na forma de vida objetiva e subjetiva.
Contudo, é importante frisar que o Estado mínimo proposto é mínimo apenas para as políticas sociais, pois, na realidade, o Estado é máximo para o capital, porque além de ser chamado para regular as atividades do capital corporativo, no interesse da nação, tem, ainda, de criar um “bom clima de negócios”, para atrair o capital financeiro transnacional e conter  a fuga de capital para “pastagens” mais verdes e lucrativas (HARVEY, 1989, p.160). 
Outra característica marcante desse período de acumulação é a autonomia do sistema bancário e financeiro, acentuando o que Harvey (1989) chama de dinheiro sem Estado, levando “o aumento da competição internacional em condições de crescimento lento, forçou todos os Estados a se tornarem mais empreendedores”. Portanto, para manter um clima favorável aos negócios, os países tiveram que conter a força de trabalho organizada, assim como os movimentos sociais (HARVEY, 1989).
Verifica-se, conseqüentemente, um duplo movimento, em se tratando da redefinição do papel do Estado: se, por um lado, no processo de globalização, os Estados nacionais têm de se fortalecer para atuar na correlação de forças internacional,  expandindo-se com uma velocidade cada vez maior, o “mercado de dinheiro sem Estado”, isso é, sem controle de nenhum governo nacional. No entanto, frisa-se que essa “mundialização do capital e a pretensão do capital rentista de dominar o movimento do capital não eliminam a tarefa dos estados nacionais de, mais do que nunca, assegurar a defesa da propriedade privada” (CHESNAIS, 1996, p.16). O que ocorreu, segundo Chesnais, foi um aprofundamento da diferença entre os que participam da dominação econômica e política do capital monetário rentista e os que sofrem essa dominação.
Segundo Castells (1997), coincide com a denominação de economia intensiva de conhecimento, por meio da qual o capital financeiro encontra seu principal aliado ao conhecimento inovador.
Tapscott (1998) utiliza a expressão network society, “economia digital”, mas a maioria já admite que o processo de informatização da sociedade e da economia representa marca substancial dos novos tempos capitalistas neoliberais.
A técnica como conhecimento, de modo geral, não pode ser vista como mal em si, mas como instrumentação culturalmente marcada, ou seja, no contexto cultural, propendem a colonizar as pessoas e a sociedade, mas podem também ser direcionadas para abrir oportunidades, desde que a sociedade saiba fazer isso. De todos os modos, é necessário entender que a sociedade contemporânea está eivada da tessitura do conhecimento, a ponto de autores  colocarem a hipótese pós-moderna de que este tipo de conhecimento já vai se tornando “senso comum” (SANTOS, 1995).
Nesse sentido, atenta-se para as advertências de Netto (1996) sobre os perigos de se transpor, diretamente, “os processos ocorrentes nas áreas cêntricas do sistema para nossas latitudes tropicais”, pois “a reestruturação do capitalismo tardio, com trânsito à flexibilização e o aumento das transformações que lhes são conexas, não escapa à sociedade brasileira”.
Segundo aquele autor, “as transformações societárias ora em curso são mediadas no Brasil pela inserção subalterna do país no sistema capitalista mundial (...) e pelas particularidades da sua formação econômico-social”.
Em cada país a intervenção do Estado dependerá das condições de reprodução destas relações, assim como das condições de acumulação produtiva. No caso brasileiro, na formação do Estado nacional são verificadas as marcas de o País ter sido colonizado por uma metrópole decadente e tardia em relação ao capitalismo na Europa. Assim, o Estado teve, desde sua gênese, os elementos ideológicos próprios de formações sociais que viveram um capitalismo tardio, além da particularidade escravista e latifundiária que compôs a economia nacional naquele momento (MAZZEO, 1997).
  Na transição da ditadura para o período de trajetória democrática em que, mais uma vez, foi pactuado pelo alto, permanecendo no período de democratização o mesmo grupo dirigente da ditadura. O período de transição ocorre em meio a uma crise do capital, portanto, a década de 80, na América Latina, foi marcada pelo fim das ditaduras e pela degradação econômico-social. Nessa fase de transição, viveu-se a crise da dívida externa que provocou a crise fiscal no Estado brasileiro.  Com estes dados, torna-se evidente que não se trata de Estado mínimo genericamente. É o Estado de classe, hegemonizado pelas elites do setor financeiro, neste período particular do capitalismo e  que se torna mínimo para as políticas sociais.
A atual política educacional no caso brasileiro é parte do projeto de reforma do Estado que, tendo como diagnóstico da crise a crise do Estado, e, não do capitalismo, busca racionalizar recursos, diminuindo o seu papel que se refere às políticas sociais. Ao se analisar os projetos de política educacional, constata-se que a redefinição do papel do Estado está se materializando nessa política, principalmente por meio de dois movimentos: de contradição Estado mínimo/Estado máximo, que se apresenta nos processos de centralização/descentralização dos projetos de política educacional, no conteúdo dos projetos de descentralização.
O movimento de centralização/descentralização da atual política educacional, na qual é descentralizado o financiamento e centralizado o controle, é parte da proposta de redefinição do papel do Estado, como se pode constatar no Plano Diretor da Reformado Aparelho do Estado. Verifica-se que, por um lado, o governo federal, com essas reformas, vem se desobrigando do financiamento das políticas educacionais, pois tem que racionalizar recursos, mas, por outro lado, ele objetiva centralizar as diretrizes, principalmente mediante parâmetros curriculares nacionais e avaliação das instituições de ensino. Definir o que vai ser ensinado em todas as escolas do País e ter o controle, por meio da avaliação institucional, tornam-se aspectos estratégicos neste período particular do capitalismo.
A Política Educacional aparece no cenário das preocupações profissionais hoje de uma forma diferenciada da que se tinha há alguns anos. Não se trata mais de uma aproximação saudosista quanto a um campo de atuação profissional que minguou com o tempo, mas de um interesse ancorado na leitura do papel estratégico que esta política desempenha do ponto de vista econômico, cultural e social. As mudanças ocorridas ao longo das últimas três décadas do século vinte, no modo de produção capitalista, foram decisivas para um conjunto diversificado de requisições ao campo educacional.   Essas transformações na esfera da produção e da cultura impõem dois desafios centrais para a educação, vinculados exatamente às suas funções econômicas e ideológicas, estratégicas no atual estágio de desenvolvimento do capitalismo: a garantia de uma formação técnica flexível, adequada às exigências dos novos padrões de produção e consumo e às variações do mercado de compra e venda da força de trabalho, assim como a garantia de uma formação ideologicamente funcional ao paradigma da empregabilidade.
O alcance planetário dessas mudanças fornece um novo contorno à divisão internacional do trabalho e da produção cultural, exigindo ações mais articuladas e de proporções mais amplas na garantia das condições necessárias para o desenvolvimento das novas estratégias formuladas pelo capital nas três últimas décadas (ALMEIDA, 2000).
A educação brasileira tem sido tema privilegiado no discurso de sucessivos governos. Durante os últimos anos, entretanto, os recursos da União para área educacional foram escassos, constituindo seu incremento bandeira constante na pauta de reivindicações de alunos, professores e da sociedade de uma maneira geral.


O Brasil é um país subdesenvolvido, isto é, um país pobre que, por conseguinte, possui inexpressiva renda “per capita”.  Isso no Brasil como um todo. Há, entretanto, certas regiões em que a pobreza e a miséria são extraordinárias. Exemplo é o Nordeste, que corresponde a 18% da área do Brasil, representando uma população de 32% do contingente demográfico brasileiro. Sua renda social não passa de 14% da do país, e uma das grandes conseqüências do subdesenvolvimento (PESSOA, 1983). “A fome somente pode ser real e eliminada com a abolição da pobreza” (BORGES, 1963). Não é um fenômeno novo, nem se tem agravado ultimamente. Fato novo é a consciência da fome e o fato novíssimo é a vontade da qual se acham os brasileiro imbuídos de se livrarem da fome.
O problema alimentar traz conseqüências nosológicas. Essa relação entre fome e doença foi proclamada pelo ex-Presidente Juscelino Kubitschek, que, sendo médico, bem a conhecia. Esse político chegou a escrever: “O grande problema do Brasil é a pobreza, a desnutrição”, acrescentando que “os médicos sabem ser o responsável pela maior parte das doenças neste grande País”. Os técnicos no Departamento de endemias rurais têm a seguinte frase que ilustra o sentir dos técnicos: “No Brasil só há uma endemia, a fome. Todas as demais são causas agravantes”. Também o povo sabe perfeitamente disso, isto é, que a subalimentação e a fome crônica constituem o elo mais forte e o mais indestrutível a determinar quadro nosológicos dos mais graves nos sertões brasileiros.

O governo federal e do Distrito federal criaram serviços destinados à educação alimentar do povo. Este é um embrião para o ensino de importante ciência – Educação Sanitária, isso porque, quanto mais a população é pobre, por conseguinte, iletradas, custam mais a aceitar os princípios de higiene, e, aceitando-os, em geral, ficam impossibilitados de aplicá-los. “Os problemas sanitários são interdependentes e subordinados aos fenômenos econômicos sociais” (Anais..., vol II, p. 1.148).

A pesquisa voltada para a Educação Sanitária é uma busca contínua e necessária, tal como a pesquisa de campo sobre doenças parasitárias, que devem ser feitas onde elas reinam endemicamente, bem como os problemas referentes à profilaxia das doenças parasitárias, não só  de pesquisas de laboratórios, mas também no campo, assim também os estudos do comportamento da água ou a influência da composição química e física do solo sobre as larvas dos ancilostomídeos, o estudo geral do grau de contaminação de solos dos diferentes tipos e o estudo da incidência das infestações humanas em regiões diferindo pelos tipos de solos.
A Educação Sanitária abrange três atividades bastantes distintas exercidas por especialistas de categorias diversas. O saneamento, função do engenheiro sanitário, situa-se no âmbito perfeitamente circunscrito da engenharia. Assim, o abastecimento da água em uma cidade, desde a sua captação até a depuração e distribuição, pertence ao saneamento. Mesmo as questões de verificação de sua  probabilidade, seu grau de pureza, antes e após a depuração pela cloração, as águas residuárias, a coleta e o tratamento do lixo. A segunda especialidade é a higiene do trabalho, com a pesquisa de vocação, orientação, seleção e educação profissionais. Em terceiro, tem-se a medicina preventiva, que é exercida por profissionais da área médica, os quais lutam, antes de tudo, contra a letalidade  e incidência das doenças que afligem o homem.
No Brasil, esse tema está relacionado principalmente à situação de pobreza. Cidadãos nessa condição constituem grupos em exclusão social, porque se encontram em situação de risco pessoal e social. Essa expressão é empregada para se referir às pessoas, às famílias e às comunidades excluídas das políticas sociais básicas ou de primeira linha (trabalho, educação, saúde, habitação, alimentação), o que lhes confere a condição de subcidadãos ou cidadãos de segunda classe.
O relatório do Banco Mundial (1993) indica três eixos centrais para as políticas de saúde:
·        A melhoria da saúde das famílias, com políticas de ajustamento em relação às despesas, custeios, expansão da instrução formal e fortalecimento do papel político econômico da mulher.
·         Reorientação dos gastos com redução da atenção primária de alto custo e sua ampliação por meio de programas preventivos voltados para o combate de doenças infecciosas e de risco; e, ainda, a melhoria na gestão dos serviços públicos.
·        Estímulo à participação da iniciativa privada na oferta de serviços clínicos excluídos das funções básicas do Estado.
No Brasil, o projeto universalista na área de saúde já faz parte do diagnóstico do Banco Mundial (1988). A grande falha no sistema público de saúde é a sua ineficiência no atendimento da camada mais pobre da população e a concentração de recursos em programas que não atingem os mais pauperizados. Critica-se o modelo de assistência centrado no cuidado hospitalar e ambulatorial e exames de alta tecnologia, com pouco investimento em programa de saúde preventiva. Em face desse diagnóstico tem-se que a reforma das políticas sociais, incluindo a saúde, deve aumentar a focalização do gasto público, incluindo a cobrança dos que podem pagar por certos benefícios e o estimulo  à oferta pelo setor privado de certos serviços; descentralizar a execução dos programas sociais para estados e governos locais; eliminar qualquer vínculo de fonte e folha de pagamento e fortalecer o papel do governo federal no controle de qualidade e provisão de informação ao consumidor.
A agenda da reforma da saúde assenta-se, portanto, na cultura técnica do Banco Mundial, a partir da clivagem entre saúde pública básica e serviços terciários; entre pobres, classes médias e ricas, assumindo-se, assim, o falso pressuposto de que aos pobres é suficiente uma cesta básica de programa  preventivo, pois fazem parte de camadas de classes mais expostas às doenças infecciosas e parasitárias, e os serviços clínicos de maior complexidade estariam reservados às camadas de classe ricas e médias.
As recomendações do Banco Mundial para a reforma da política de saúde no Brasil estão assentadas em cinco pontos: consolidação das reformas institucionais, fortalecimento da capacidade de formulação de políticas, análise e contenção de custo, aperfeiçoamento da regulação do mercado e fortalecimento da qualidade na prestação de serviços. Inclui-se aqui a necessidade de encaminhar uma reforma direcionada à idéia de estabelecer um pacote de benefícios-padrão, além do estabelecimento de prioridades de financiamento para serviços e o desenvolvimento de experiência de co-pagamento, o que rompe claramente com princípios da universidade, da integralidade e da equidade, firmados constitucionalmente.   
Segundo as disposições gerais da Lei Orgânica nº 8.080, de 19/09/90, determina o art. 2º: "A saúde é um direito fundamental do ser humano, devendo o Estado prover as condições indispensáveis ao seu pleno exercício”. O § 1° determina: “O dever do Estado de garantir a saúde consiste na formulação e execução de políticas econômicas e sociais que visem à redução de riscos de doenças ou de outros agravos e no estabelecimento de condições que assegurem acesso universal e igualitário às ações e aos serviços para a sua promoção, proteção e recuperação”.
Entretanto, conforme está explicitado no referido artigo, "a saúde tem como fatores determinantes e condicionantes, entre outros, a alimentação, a moradia, o saneamento básico, o meio ambiente, o trabalho, a renda, a educação, o transporte, o lazer e o acesso aos bens e serviços essenciais; os níveis de saúde da população expressam a organização social e econômica do País”.
Assim, os determinantes sociais, que condicionam a saúde dos cidadãos, constituem fatores de risco à sua saúde, e refere-se aos indivíduos cujos direitos sociais, quando violados, colocam em risco a sua saúde e a qualidade de vida de sua família.
Segundo Mendes (1993), a assistência integral à saúde visa oferecer atendimento personalizado, para promoção, prevenção, diagnóstico precoce, tratamento e recuperação da saúde da população, por meio de melhorias na qualidade dos serviços de saúde, do aumento da cobertura vacinal, da melhoria da qualidade de vida dos hiper-tensos e diabéticos, do aumento do índice de casos curados de tuberculose e hanseníase, da redução da incidência de câncer de colo uterino e de mama, da diminuição das intervenções hospitalares desnecessárias, da prevenção de doenças degenerativas e da avaliação do impacto de programa de Educação Sanitária.


Alguns temas na Filosofia e da Educação Sanitária provocam relativas convergências de opiniões. Pode-se afirmar, todavia, que diversas questões geram polêmicas que existem ao longo da historia brasileira. Não se está com este estudo buscando polemizar, mas contribuir para o caminho do crescimento desse ramo, que é a  Saúde Pública.
Os estudos voltados para o crescimento da filosofia mostram caminhos desde os primórdios da humanidade, já que pensar era uma forma primitiva de buscar alimentação e uma questão de sobrevivência. De Aristóteles, passando por Platão, entre outros,  os religiosos, partidários ou raciais, para reconhecer o humano como base última de direitos inalienáveis, podem ser resumidos à fórmula de que todo homem tem o direito de não sofrer. Não houve causa até aqui tão ecumênica e, portanto, apta a ensejar as mais amplas e superativas alianças sociais. E se a proposição dos direitos humanos é consensual, sob o prisma filosófico, a implantação dos mecanismos já previstos no ordenamento jurídico brasileiro poderá levar a uma consagração de uma prática social inspirada por esses valores universais.
Da economia à política, os processos reflexivos levam-nos a tomar atitudes estruturadas, para serem usadas como meios para atingir determinados fins. As resoluções transcendem as expectativas, uma vez que tomadas as ações reflexivas iniciadas de atos bem estruturados traz resultados satisfatórios na elaboração destes pensamentos.
A filosofia como conceito, concepção, linha, utilidade, enfim, permeia tudo que se imagina desenvolver ao refletir. O uso dessas reflexões é importantíssimo no processo de estruturações das políticas a serem desenvolvidas no dia-a-dia.
De acordo com as idéias de alguns filósofos e educadores, a educação é um meio pelo qual o homem desenvolve potencialidades inatas, mas que não atingiriam a sua perfeição sem a aprendizagem realizada por meio da educação. Assim como a própria sociedade é um corpo coletivo formado da individualidade das pessoas que compõem e assim como o seu fim é a felicidade de seus membros a quem todas as instituições devem servir, assim também a educação, como idéia, deve ser pensada em nome da pessoa, como instituição ou como prática deve ser realizada como um serviço coletivo que se presta a cada indivíduo, para que ele obtenha dela tudo o que precisa para se desenvolver individualmente.
Depara-se  em processo necessário e evolutivo, em que a Saúde  Pública vem com estrutura de erradicação das doenças e veículo de erradicação da fome, a qual possibilita o indivíduo e  sociedade a conseguirem a sua educação e felicidade, ao mesmo tempo em que o próprio ensino da saúde pública para formação de profissionais especializados necessita receber a atenção necessária para atingir os objetivos do bem-comum.
Conclui-se, portanto, que a Filosofia e a Educação Sanitária são partes fundamentais para a inclusão social dos desfavorecidos, pobres e miseráveis, para que os mesmo possam, por meio da educação pública, exercer o legitimo direito da cidadania brasileira.



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